Viva Pagu é a biografia de uma brasileira – a intelectual, poeta, escritora, desenhista, ilustradora, jornalista, incentivadora do teatro brasileiro e militante comunista Patrícia Galvão, nossa Pagu…
Terminei de ler estes dias Viva Pagu – Fotobiografia de Patrícia Galvão, de Lúcia Maria Teixeira Furlani e Geraldo Galvão Ferraz, coeditado pela Imprensa Oficial do Estado e pela Editora Unisanta. É a biografia de uma brasileira – a intelectual, poeta, escritora, desenhista, ilustradora, jornalista, incentivadora do teatro brasileiro e militante comunista Patrícia Galvão, nossa Pagu…
Ela foi uma mulher livre, desde a infância: questionava, provocava, escandalizava e inspirava com o tamanho de liberdade que quis para si mesma. Pagu não teve medo de nada. Mergulhava profundamente nas experiências que a vida ia trazendo: dos amores que viveu à defesa da cultura brasileira; do envolvimento com as artes (modernistas, influenciadas pela Semana de 1922) à militância política no Partido Comunista do Brasil.
Pagu não suportava nenhuma injustiça. Pagu sonhava e seus sonhos eram altos. Tão altos que um estivador de Santos a convidou para ser membro do PCB (sigla na época do Partido Comunista do Brasil).
Pagu foi presa 23 vezes! Em uma dessas vezes, ficou 4,6 anos na prisão. Só tinha 25 anos. Foi torturada, maltratada, desmoralizada. Mas voltava à rua e de novo defendia todos os valores nos quais acreditava. Ninguém calava Pagu! Ninguém parava Pagu!
Ela foi amante e esposa de Oswald de Andrade. Amiga de Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Cândido Portinari. Conheceu Graciliano Ramos, Manuel Bandeira e também Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Frequentava todos os salões da intelectualidade brasileira desde os anos 1920 ao início dos anos 1960.
Pagu viveu seus dois últimos anos de vida em Paris para se tratar de um câncer. Mas voltou para morrer no Brasil
Pagu inspirou o teatro de Plínio Marcos e Zé Celso Martinez Correa. Pagu deixou uma marca muito profunda na cultura brasileira.
Mas ninguém fala de Pagu… É preciso resgatar Pagu mais do que nunca! É preciso olhar mais para esta grande, gigante mulher brasileira que iluminou o Brasil – a partir das terras paulistanas e santistas!
Precisamos de Pagu!
Patrícia Galvão é uma bandeira linda que colore os céus de nossa terra. Olhemos para ela como um farol que nos ajude a ultrapassar as sombras deste momento, gritando, cada um de nós, como na canção de Rita Lee: “Sou Pagu, indignada no palanque!”.
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NOTA DA REDAÇÃO
Além deste texto, Mazé Leite também é a autora da ilustração de Pagu: “Tocada por sua história, fiz este pequeno apontamento gestual, passeando no rosto desta mulher com meu lápis, tentando decifrar sua alma”.
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