O Ministério da Cultura deverá ter seu orçamento duplicado em 2009, saltando de R$ 1 bilhão para R$ 2,1 bilhões. Se confirmado, o aumento, que elevaria as verbas destinadas à cultura para cerca de 0,9% do Orçamento da União, chega perto daquele que era considerado um patamar “razoável” pelo ex-ministro Gilberto Gil (e do recomendado pelas Nações Unidas, 1%).
A elevação da verba se deverá a duas emendas ao Orçamento propostas ontem pelas Comissões de Educação e Cultura do Senado e da Câmara. A aprovação das quantias passa agora pelas mãos do relator setorial, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), e segue finalmente para o relator-geral, senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Ontem, os deputados, por consenso, resolveram destinar R$ 500 milhões (R$ 400 milhões para investimento e R$ 100 milhões para custeio) para instalação de espaços culturais em projetos do Ministério da Cultura.
A comissão do Senado, por sua vez, também aprovou ontem uma quantia extra de R$ 600 milhões para a pasta. A emenda está prevista na rubrica Fomento a Projetos em Arte e Cultura. Ficou acertado entre os senadores que subscreveram a proposta que 20% do valor da emenda irá para a Fundação Nacional de Artes (Funarte), com destinação específica ao prêmio Miriam Muniz, que fomenta a produção teatral em todo o País.
Mas o Ministério da Cultura informou ontem que, no total, destinará R$ 300 milhões para o aumento do orçamento da Fundação Nacional de Artes (Funarte), que acaba de ser assumida pelo ator Sérgio Mamberti. Ele trabalhará com 6 vezes mais dinheiro do que seu antecessor, Celso Frateschi (a Funarte teve anualmente, para investimento e custeio, a exígua quantia de R$ 50 milhões).
“O aumento representará a continuidade do crescimento progressivo das verbas para a cultura. É a admissão, da parte do governo e do Legislativo, da importância estratégica da cultura, do seu papel crucial no desenvolvimento do País”, disse o ministro Juca Ferreira. “Mas é o primeiro ciclo. O segundo é terminar a tarefa de organizar o ministério e definir novas formas de financiamento à cultura.”