O dia 20 de novembro é marcado no Brasil como uma das datas mais importantes para a influência da cultura afrodescendente no país. Celebrado há oito anos, o Dia da Consciência Negra traz para os brasileiros uma reflexão do impacto da vinda dos africanos, por meio da música, política, religião, cultura, gastronomia, entre outras. Com o turismo não poderia ser diferente.
A cultura negra está presente na maioria dos atrativos e destinos turísticos do país, como igrejas construídas pelos escravos, museus e centros culturais. Entre os estados mais influenciados pela cultura africana estão Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Tanto que as capitais paulista, fluminense e baiana criaram roteiros turísticos que resgatam a história dos afrodescendentes por meio do incentivo à visitação de atrativos turísticos com referência a esta vasta cultura.
No Ministério do Turismo, ao menos seis quilombos estão registrados em atividade turística no país. Entre eles, a Pasta destaca dois: Cavalcante (GO), com atividades na Comunidade Kalunga e Paraty (RJ), onde está localizado o famoso Quilombo Campinho da Independência, que possui artesanato, festejos tradicionais e é uma referência importante da cultura afro-brasileira.
Para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, o Dia Nacional da Consciência Negra é uma forma de lembrar aos brasileiros a importância social do turismo étnico, constante nestes destinos. “No turismo social, onde se inclui o Turismo Étnico, o visitante busca estabelecer um contato próximo com a comunidade anfitriã, participar de suas atividades tradicionais, observar e aprender sobre suas expressões culturais, estilos de vida e costumes singulares. Muitas vezes, essas atividades funcionam como memória afetiva das próprias origens do visitante, em um retorno às tradições de seus antepassados”, reforçou.
O Turismo Étnico, segundo o Caderno Turismo Cultural do Ministério do Turismo, “constitui-se de atividades turísticas envolvendo a vivência de experiências autênticas e o contato direto com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos”. Esse tipo de atividade envolve as comunidades representativas dos processos imigratórios europeus e asiáticos, as comunidades indígenas, as comunidades quilombolas e outros grupos sociais que preservam seus legados étnicos como valores norteadores de seu modo de vida, saberes e fazeres.
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA – Instituída pela Lei nº 12.519, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra homenageia, também, o pernambucano que nasceu livre, mas foi escravizado aos seis anos de idade. Anos depois, Zumbi volta para sua terra natal e torna-se líder do Quilombo dos Palmares, falecendo em 20 de novembro de 1695.
Em 2003, o Governo Federal, pela Lei nº 10.639, determinou a inclusão da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” no currículo escolar. Nesse mesmo documento, ficou estabelecido que as escolas iriam comemorar a consciência negra.
A data é celebrada em 832 municípios de Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro – estados que aprovaram leis estaduais que determinam o feriado de 20 de novembro.
Edição: Victor Maciel
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