Senado homenageia 200 anos da Biblioteca Nacional

O Plenário do Senado homenageou, na abertura da sessão desta terça-feira (19), os 200 anos da Biblioteca Nacional, completados em 2010. A instituição nasceu oficialmente em 29 de outubro de 1810, com a edição de um decreto determinando a construção da Real Biblioteca no Brasil, para abrigar acervo trazido pela família real em 1808.

O senador Geovani Borges (PMDB-AP) lembrou que, em 1990, a Biblioteca Nacional se uniu à Biblioteca Euclides da Cunha, no Rio de Janeiro, e à Biblioteca Demonstrativa, em Brasília, para constituir a Fundação Biblioteca Nacional (FBN).

De acordo com Geovani, a FBN é responsável pela coordenação e o incentivo ao uso do sistema internacional de numeração de livros (ISBN) e pela atribuição de códigos às editoras e às publicações nacionais para efeito de divulgação e comercialização. Além disso, é depositária legal de um exemplar de todas as publicações feitas no Brasil, assegurando o registro e a guarda da produção intelectual nacional.

– Em 2006, foi criada a Biblioteca Nacional Digital, concebida como um ambiente onde se integram todas as suas coleções digitalizadas, o que situa a Fundação Biblioteca Nacional na vanguarda das bibliotecas do mundo – acrescentou.

O presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, agradeceu a generosidade da homenagem, que promoveu o encontro de “dois agentes civilizadores, da formação e da transformação da nação brasileira”, referindo-se à Biblioteca do Senado, apenas 15 anos mais nova que a Biblioteca Nacional. Para Amorim, ambas surgiram num momento de mudanças profundas e determinantes.

– O Brasil começou a deixar de ser uma colônia absolutamente iletrada para dar os primeiros passos no rumo de transformar-se, a despeito de todos os reveses e tropeços, em nação independente e civilizada. Os brasileiros têm do que se orgulhar na sua Biblioteca Nacional. Ela está entre as dez maiores do mundo. Temos lá verdadeiras preciosidades que abraçam nada menos do que mil anos do conhecimento acumulado pela humanidade – afirmou Amorim.

A ministra da Cultura, Ana de Holanda, destacou o papel da Biblioteca Nacional no desenvolvimento cultural do país.

– Um país desenvolvido é aquele que, mais que preservar, sabe valorizar seus bens culturais e trabalha para permitir o pleno acesso de sua população aos registros culturais.

Ana de Holanda comemorou também a parceria celebrada entre o Senado e a Biblioteca Nacional que permitiu a realização no Congresso Nacional da exposição “Biblioteca Nacional 200 anos, uma defesa do infinito”. Na exposição, os visitantes do Congresso poderão conhecer uma parte do acervo de obras raras da Biblioteca Nacional, que contém livros, manuscritos, partituras, mapas e gravuras de valor inestimável.

Ao final da sessão, o presidente do Senado, José Sarney, disse considerar um dever da Casa, como representante da federação e do povo brasileiro, homenagear a Biblioteca Nacional na comemoração dos 200 anos de sua criação.

Sarney recordou os momentos mais importantes da história da Biblioteca Nacional, desde o recebimento das primeiras cargas de livros em 1810 e 1811, passando pela ação fundamental de D. João VI de aquisição de bibliotecas inteiras no estrangeiro, que permitiu o crescimento rápido do acervo da instituição.

De acordo com Sarney, devido à falta de um local próprio para se instalar a biblioteca, inicialmente se cogitou em utilizar as catacumbas do Convento do Carmo, mas o acervo acabou ficando no antigo hospital do convento. Somente em 1905, lembrou, o governo de Rodrigues Alves determinou a construção do prédio na Avenida Rio Branco, onde a biblioteca permanece até hoje.

Sarney destacou ainda alguns livros do acervo da Biblioteca Nacional que fazem parte da exposição que a instituição inaugura nesta terça-feira (18) em Brasília, em parceria com o Senado, como o Livro das Horas de Dom Fernando, manuscrito de 1376, ilustrado pelo italiano Spinello Spinelli.

Ao final do discurso, Sarney manifestou sua convicção de que o livro vai permanecer por muito tempo na história da humanidade.

– O livro é a grande descoberta tecnológica da humanidade. O livro não precisa de energia. O livro cai e não quebra, pode ser levado por nós a todo e qualquer lugar. No livro está registrado todo o saber, todo o amor, toda a fé – disse.

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