Se demorar…eu espero pra saborear!

 

Se demorar…eu espero pra saborear!

CAPELA 2009

 

JUSTIFICATIVA

As histórias do Paraná e de Antonina merecem ser lembradas e

homenageadas e a Escola de Samba Filhos da Capela, desde sua fundação em

1948, narra fatos acontecidos ou não em nosso estado e na cidade. Fatos que

enriquecidos pela imaginação do seu povo contribuem no resgate e no

fortalecimento da arte e da cultura popular.

OBJETIVO

Promover e fortalecer a arte gastronômica e a cultura do litoral

paranaense em especial a Cidade de Antonina, a fim de mostrar, por meio do

carnaval, a importância histórica e cultural de Antonina.

O Litoral paranaense não é muito longo.

Com cerca de 107 quilômetros estende-se do

Canal do Varadouro (ao norte) até a foz do rio Saí-

Guaçu (ao sul). Duas baías, a de Paranaguá e a

de Guaratuba destacam-se pelas suas belezas

naturais, região rica em história e cultura.

No início da colonização, até onde se tem

registros, essa região litorânea era habitada ao

norte pelos índios Tupiniquins e ao sul pelos

índios carijós pois a quantidade de alimentos

nessa região era abundante.

Com a descoberta do ouro, entre o século

XVI e XVII

aconteceu uma ocupação desordenada da

região pelos portugueses e com a invasão de

bandeirantes paulistas chegou-se quase a

extinção dos povos indígenas. O Ciclo do ouro

foi responsável pela miscigenação e ocupação

do solo. Surgiram em 1614 Guaraqueçaba,1648

a Vila de Nossa senhora do Rosário de

Paranaguá, hoje apenas Paranaguá, em 1765

Guaratuba.

Antonina é uma das cidades mais

interessantes do litoral. Em 12 de setembro

de1714 quando um bispo do Rio de Janeiro

autorizou a construção de uma capela num

pequeno povoado passando esta data a ser

considerada como a sua fundação. Na época

era conhecida como “Capela”, motivo pelo qual

até hoje os moradores são chamados de

capelistas.

Em 29 de agosto de 1797 é elevada a

Município de Antonina em homenagem ao

Príncipe D. Antonio. Foi elevada a cidade logo

em seguida em 6 de novembro de 1797.

Próximo a Antonina encontra-se a

cidade de Morretes cujo o ano de fundação é

1721.

Entre a serra

e o mar

Nesse ponto podemos dizer que tudo começa no

Sábado de carnaval e toda família se envolvia

com o preparo envolvia. Os mais velhos sabiam

da responsabilidade de passar, para os seus

descendentes, os conhecimentos de como

preparar aquele alimento feito uma vez por ano.

Para essas famílias o barreado não é apenas um

prato folclórico, e sim, histórico. É uma missão de

respeito, de manter a tradição cultural viva.

Depois de tudo preparado, já com as

panelas no fogo, começava o fandango, dança

típica do litoral que tomava conta dos corpos e

espiritos das pessoas. Todas as pessoas

dançavam sem parar durante todo carnaval. A

festa só terminava à meia noite de terça-feira em

respeito a quaresma. Para resistir a tão grande

festejo só se alimentavam de barreado.

Colocavam de lado os outros alimentos como

peixes e camarões. Saboreado com farinha de

mandioca e banana. Para não perder nada das

festas carnavalescas, os caboclos preferiam

esse tipo de alimentação por ser fácil de

conservar e principalmente porque não perdia o

sabor mesmo requentado.

A cozinha paranaense é influenciada

pela culinária européia ou oriental. Nosso

estado é um pouquinho de cada raça graças à

grande imigração que ocorreu no século XIX,

não deixando de fora os povos indígenas e os

negros africanos. A culinária desse povos já está

inteiramente agregada ao nosso cardápio do dia

à dia. Mas, a comida cabocla é de consumo

restrito.

o que podemos afirmar é que o

“Barreado” é o único prato típico do Paraná, ele

teve sua origem nos sítios de pescadores do

nosso litoral. É difícil afirmar qual a época exata

do seu surgimento, mas certamente é

saboreado há mais de 200 anos. O que podemos

afirmar é que em Antonina, Morretes,

Guaraqueçaba, Paranaguá e Guaratuba,

cidades do litoral do estado, todos e todas

aprenderam a cozinhar esse prato com seus

antepassados. De certo mesmo é que nenhum

outro estado brasileiro conhece esse

complicado prato. Sua verdadeira origem se

confunde com a surgimento do “entrudo” , hoje

conhecido como “carnaval”, a grande festa. No

decorrer dos dia de entrudo, o caboclo caiçara

parava todos os seus afazeres, não ia pro mar e

só ficava cuidando do barreado, comida difícil e

cheia de segredos, que necessita de muita

paciência e técnica além de tempo, tempo,

tempo…

Entrudo, Fandango

e Barreado

No folclore paranaense, o Barreado é

símbolo de fartura, festa e alegria . O nome do

prato vem da expressão ‘barrear’ a panela, com

um pirão de farinha de mandioca ou de cinza,

impedindo que o vapor escape e o cozido não

seque depressa.

Outra história do Barreado conta que a

origem e preparação se deu com os tropeiros

que faziam o caminho de Itupava pela mata

atlântica para comercializar erva-mate com o

litoral. Isso aconteceu porque este prato é de

baixa deterioração, o qual podia ser consumido

durante toda a viagem de descida ou subida da

serra. Os tropeiros faziam uma única refeição no

período da tarde após o dia de marcha. Sua

composição à base de carne gorda para fornecer

a energia necessária e temperado com louro por

se tratar de um excelente digestivo. Para

acompanhar só farinha de mandioca escaldada

pelo caldo grosso do barreado formando

suculento e nutritivo pirão. A banana por ser uma

fruta encontrada em profusão na serra era o

outro acompanhante. Para terminar uma dose

d a f amo s a c a c h a ç a d e a l amb i q u e .

 

UMA LENDA!

Conta-se que, no litoral, os caboclos que

se alimentam somente de peixe, abusam do

barreado no carnaval e morriam de tanto comer.

Disso surgiu à superstição que não se beba água

quando se come o barreado nem mesmo até

duas horas depois da refeição. A única bebida

permitida é a cachaça.

COMISSÃO DE FRENTE:

BATE O PÉ FANDANGUEIRO

CARRO1:

O BARREADO COROADO

ENTRE A SERRA E O MAR

(BAIANAS)

ALA 2: NEGRINHOS E CABOCLOS

(CRIANÇAS)

ALA 3: CARIJÓS E TUPINIQUINS (ÍNDIAS)

CARRO 2:

O ENTRUDO

ALA 4: OS TROPEIROS (BATERIA)

ALA 5: COM BANANA E MANDIOCA

ALA 6: O FOGO QUE NÃO APAGA

CARRO 3:

A FESTA DO BARREADO

ALA : FESTA DO BARREADO

ALA 8: COZINHEIROS (HOMENAGEM)

Márcio Marins

Carnavalesco

G.R.E.E.S. Filhos da Capela 2009

Barreado – Se demorar espero prá saborear

.(Cláudio Ribeiro,Homero Reboli e Pedro Perereca)

Fandangueando na avenida

To de bem com a vida

Vou tamanquear

Venho do tempo do entrudo

To querendo tudo

Dançar,viver amar

Com a minha bateria

Rabequeiro da alegria

Eu vou contar…

Barreado dos caboclos

Mistura de raças Bis

Lá da serra do mar

Carne com toucinho

Pimenta e cominho

Farinha e cinzas pra barrear

O segredo é o cozimento lento

Nas mãos de negros,brancos,carijós,tupiniquins

Bota fogo nesse fogo

Quem quiser que se agite

To no meio desse jogo Refrão

Quero água de alambique

Raiou no mar o sol brilhou

Eu sou Capela na folia

Venho mostrar com toda energia

Este prato que é magia

Vem saborear

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