Como parte das celebrações e dos protestos do Mês da Consciência Negra, ocorre em São Paulo, na próxima quarta-feira (19) o Samba da Consciência, como preparativo para a 11ª Marcha da Consciência Negra, que acontece na quinta-feira, Dia Nacional da Consciência Negra, em todo o Brasil.
O dia 20 de novembro foi escolhido para marcar a Consciência Negra porque nesse dia em 1695 foi assassinado pelas tropas coloniais portuguesas Zumbi, o líder mais importante do Quilombo dos Palmares. Celebração fundamental para a classe trabalhadora, porque representa a luta dos negros escravizados no Brasil, enquanto trabalhadores, pela destruição de um sistema que os oprimia e desumanizava. Abrilhantam o espetáculo as cantoras Cris Rezende e Railidia e a banda Inimigos do Batente, além da Bateria Batucada da Imperial.
“Escolhemos o samba porque através dele foi criada a nossa identidade nacional. Por isso, saímos para as ruas com muito samba para derrotarmos a tristeza da opressão, da discriminação, do racismo e mostramos a nossa alegria, uma alegria com esperança de um futuro com igualdade, justiça, solidariedade. Um futuro onde todos sejam respeitados pelo que são e não pela cor da pele, pela orientação sexual ou pelo sexo”, realça Mônica Custódio, secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da CTB.
Inclusive no Samba da Consciência será distribuída a cartilha “A Presença Negra e Indígena na Independência do Brasil”, de autoria do militante do movimento negro Maurício Pestana. O evento serve também para destacar a 11ª Marcha da Consciência Negra que ocorre em todo o país, com mais pujança nas capitais. “A manifestação deste ano só vem provar a necessidade de que ela seja contínua. Pois a luta antirracista tem se mostrado importante para a sociedade avançar”, explica Edson França, presidente da Unegro (União dos Negros pela Igualdade). “A nossa luta é libertária e defende direitos iguais para todos, sem distinção”, esclarece.
Para Mônica, os negros avançaram muito nos últimos 12 anos, mas “a nossa luta continua para fazermos valer a voz das urnas. O resultado da eleição tem que nos levar para as ruas para o Brasil avançar. O nosso lema é ‘Igualdade de Condição, Igualdade de Oportunidades’. Isso significa que os negros brasileiros estarão defendendo mais mulheres e mais negros nas instâncias de poder”, acentua Mônica.
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