A Caros Amigos entrevistou, com exclusividade para a edição de março, o escritor Milton Hatoum. Ele conquistou o grande público e o mercado mesmo não sendo escritor de livros de autoajuda ou baixa literatura, que tanto fazem sucesso. Em vez disso, escreveu quatro romances sérios, densos, e um livro de contos. Com fás especialmente formados por professores de português, letras e literatura, e dos leitores mais exigentes, Hatoum escreve devagar e faz inúmeras versões e revisões antes de lançar seus livros.
O reconhecimento da sua obra, que para muitos lembra um clássico da literatura brasileira, é também consagrada por prêmios. Em 1989, por exemplo, lançou Relato de um Certo Oriente, , que recebeu o Prêmio Jabuti. Dez anos depois, em 2000, foi a vez de Dois Irmãos, que recebeu outro Jabuti e foi traduzido em oito idiomas Em 2005, lançou Cinzas do Norte, que recebeu o terceiro Jabuti e várias outras premiações. Ele também é autor de Órfãos do Eldorado, feito em 2008. No ano seguinte, lançou o livro de contos A cidade ilhada.
No entanto o escritor diz que não escreve para ganhar prêmios. “Sabe qual é o grande prêmio do escritor? É o bom leitor. Bons leitores justificam a literatura. Se eu tiver todos os prêmios e não atrair o público leitor que goste de literatura não adianta. Mas não o leitor de auto-ajuda, o leitor desses livros americanos, esses não me interessam, mas sim o leitor que de fato tem um olhar crítico, um olhar mais cuidadoso, mais atento”, afirma ele.
Na entrevista, Hatoum fala também sobre o que pensa da literatura contemporânea. “Literatura hoje é feita por qualquer pessoa que publique seus diários na internet, um blog. Acabam publicando um livro e nomeando isso de literatura. Eu acho que há aí uma falta de julgamento ético e estético sobre a obra literária, a obra de arte”, declara o escritor.
Além disso, quem ler a Caros Amigos deste mês poderá conhecer mais sobre o gosto literário e a história de vida desse escritor tão exigente quanto seus leitores.
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