Presidentes do Brasil e de Portugal, Lula e Marcelo Rebelo, entregaram o prêmio em cerimônia realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília
No Palácio Itamaraty na noite de terça-feira (19) foi entregue o Prêmio Camões de Literatura – o mais importante da literatura portuguesa – para a escritora Adélia Prado, recebido pelo seu filho Eugênio Prado. Com 89 anos, a maior poetisa viva do país foi premiada em 2024 e não pode estar presente na cerimônia por questões de saúde. O presidente Lula e o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, entregaram o diploma de reconhecimento.
“A obra de Adélia Prado é uma janela para o coração de todos os brasileiros e brasileiras e todos os amantes da língua portuguesa. Uma língua com palavras tão belas e únicas, tão especiais e singelas como saudade, coragem e resistência. Palavras que descrevem a potência de Adélia e a força do Brasil”, disse Lula.
Já Marcelo Rebelo refletiu que falar de Adélia Prado, autora de Bagagem (1976), O Coração Disparado (1978), Terra de Santa Cruz (1981), Miserere (2013), dentre outros livros, “é falar daquilo que é um retrato único de simbiose dessa potência mundial chamada Brasil”.
“O que há de extraordinário em Adélia é o fato de o Brasil ter mudado muito, em termos sociais e religiosos, e a poesia de Adélia ter continuado a ser sempre atual. Mais do que atual, pioneira”, completou o presidente de Portugal.
Por sua vez, Eugênio Prado leu o agradecimento enviado pela mãe: “Muito me honra a entrega deste diploma do Prêmio Camões. É um dia de muita alegria para mim e, creiam, gostaria de estar presente para comemorarmos juntos.”
Eugênio ainda lembrou os ensinamentos da mãe, que sempre pontua que “a poesia é tão importante quanto o pão nosso de cada dia”. O filho ainda disse esperar que a poesia e arte como um todo possam proporcionar para as pessoas uma formação “cada vez mais humana, voltada para a sensibilidade cultural e artística”.
Camões
O Prêmio Camões de Literatura tem no seu júri uma parte portuguesa organizada pelo Ministério da Cultura com dois membros, outra brasileira composta por outros dois membros da Fundação Biblioteca Nacional, além de mais dois representantes das nações lusófonas reunidas pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, Timor Leste e São Tomé e Príncipe).
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Entre os brasileiros que já venceram a premiação estão: João Cabral de Melo Neto (1990); Rachel de Queiroz (1993); Jorge Amado (1994); Antonio Candido (1998); Autran Dourado (2000); Rubem Fonseca (2003); Lygia Fagundes Telles (2005); João Ubaldo Ribeiro (2008); Ferreira Gullar (2010); Dalton Trevisan (2012); Alberto da Costa e Silva (2014); Raduan Nassar (2016); Chico Buarque (2019); e Silviano Santiago (2022).
Veja como foi a cerimônia:
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