A partir de 2015, os visitantes do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) deverão encontrar o prédio da Avenida Rio Branco, no centro do Rio, completamente reformado e com a incorporação de novos ambientes, que agregarão a marca da contemporaneidade à instituição. No mês em que o edifício projetado para ser a então Escola Nacional de Belas Artes completa 105 anos de construção, o MNBA comemora o recebimento de uma verba de R$ 20 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para as cidades históricas. Os recursos permitirão ao museu concluir as obras de restauração que iniciaram em 2004.
O valor histórico do prédio, projetado pelo arquiteto Adolfo Morales de Los Rios, foi o que possibilitou a inclusão do MNBA no PAC 2. Localizado na Cinelândia, o edifício integra, juntamente com duas importantes instituições culturais – o Theatro Municipal e a Biblioteca Nacional – um conjunto arquitetônico construído no início do século 20, por ocasião da reforma
urbana executada na gestão do prefeito da então capital federal, Pereira Passos.
A verba foi concedida ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que fará a disponibilização desses recursos ao MNBA por etapas, na medida em que forem avançando os projetos de reforma. “Nós vamos fazer as licitações e todo o acompanhamento, mas a
fiscalização será do Iphan, assim como de todos os demais projetos do PAC 2 das cidades históricas”, explicou a diretora do museu, Mônica Xexéo, em entrevista.
Segundo ela, a primeira etapa, com início previsto para este ano, compreende dois projetos. “Vamos fazer a restauração da pintura de Jean Léon Pallière, neto do arquiteto Grandjean de Montigny [membro da Missão Artística Francesa, trazida por dom João VI no início do século 19] que estava colada no teto da antiga Academia Imperial de Belas Artes, antecessora da Escola Nacional de Belas Artes e do próprio museu, e a restauração da fachada lateral, da Rua Heitor de Melo”.
O MNBA também está em fase final de negociações com a Prefeitura do Rio para a adoção da Heitor de Melo, uma pequena rua que liga a Avenida Rio Branco à Rua México e que hoje é utilizada apenas como estacionamento. O objetivo é gradear a rua, que passaria a ser uma área externa do museu.
Uma outra restauração com início previsto para janeiro de 2014 é a do hall de entrada do museu. Será feita uma decapagem, que deverá revelar a decoração original, escondida sob a pintura feita na década de 1920. Após este trabalho, com prazo previsto para um ano, o hall de entrada será climatizado e ganhará uma porta em vidro temperado, para proteger o ambiente da poluição, inclusive sonora, da movimentada Avenida Rio Branco.
O projeto mais ambicioso, no entanto, é o da reforma das cúpulas do museu. Elas são três, uma central e as outras duas laterais, sobre a fachada principal, e nunca foram utilizadas. “Na época em que o prédio era todo ocupado pela Escola de Belas Artes, as cúpulas serviam para a iluminação do quarto andar, fundamental para os ateliês. Essa iluminação pela cúpula foi cortada na década de 60, quando a escola foi transferida para ocampus da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, e agora vamos fazer uma ocupação desse espaço”, explicou Mônica Xexéo
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