Rádio Clube: patrimônio cultural

radioclubeO prédio que abriga a sede do Clube do Rádio, em Campo Grande (MS) foi tombado por seu valor histórico e cultural após três anos de batalhas judiciais entre os donos do clube e o ex-vereador e ex-secretário de administração, Jorge Martins, autor da proposta de tombamento, informou.

Três peritos da Fundação Municipal de Cultura (Fundac) fizeram um laudo detalhado justificando os motivos do tombamento. A arquitetura do prédio preserva as telhas originais. “Não há como negar a importância desse prédio no cunho cultural da cidade”, afirma a arquiteta Elen Rodovalio. Na lista para virar patrimônio cultural estão, ainda: salão de festas, piano bar-restaurante, pátio, piscina e fachadas do corpo central do edifício.

O tombamento do prédio não agradou aos donos do local. O presidente do clube, Omar Mohamed Ayoub, considera esta uma decisão infeliz. “Encaro isso aí como um absurdo. Eles tombaram um prédio que nem é original, só a parede da fachada é a mesma. Tinha que ter feito uma avaliação mais criteriosa”, comenta.

Roberto Figueiredo, presidente da Fundac, explica que nem sempre os proprietários aceitam o tombamento, pois desvaloriza a edificação no mercado. “Nem sempre o proprietário quer que seu bem seja tombado, porque o imóvel tem uma preservação quase eterna. Então a gente, às vezes, faz o tombamento contrário à opinião do dono, até para salvar o bem da especulação”, explica.

Omar Ayoub disse que faltou uma avaliação mais criteriosa.”O clube tem dois mil donos, os sócios deveriam ter sido ouvidos”, argumenta.

Fundado em dezembro de 1924, o local surgiu para que famílias e amigos tivessem um espaço em Campo Grande para se reunir e ouvir o rádio, que na época era uma invenção ainda muito recente no país. No inicio dos anos 20, era a única fonte que trazia as última novidades de Rio de Janeiro, São Paulo e  de Buenos Aires. Convencionou-se, então, chamar o local de Rádio clube, que posteriormente tornou-se um clube esportivo e cultural.

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