Se você não é brasileiro, ou é brasileiro e achou que a pergunta é uma “pegadinha”, talvez tenha pensado em responder “Alemanha” ou “Itália” (lembrando-se dos carnavais famosos de Colônia ou Veneza). Mas a verdade é que quando confrontadas com essa pergunta, a maioria das pessoas – mesmo estrangeiros – não reflete duas vezes antes de dizer “Brasil”.
E quem pensa assim não está 100% errado. Nós brasileiros costumamos ouvir e repetir: no Brasil, o ano começa mesmo é depois do Carnaval. Não que nada funcione antes, pelo contrário. No entanto, os festejos carnavalescos são para muitos como o último suspiro das férias de verão. A última festa antes de encarar meses a fio de dias estafantes, repletos de obrigações.
No Brasil o Carnaval atingiu proporções gigantescas: o país recebe, apenas neste período, cerca de 70% dos turistas que visitam a terrinha no ano inteiro. Cresce substancialmente também o consumo de bebidas alcoólicas (cerveja) e, para não fugir do clichê, preservativos. A cada ano o governo lança uma nova campanha para impedir o avanço da AIDS e de outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), cujo número de incidências decola neste período.
O Carnaval é imenso e variado como o país. Embora os carnavais do Rio e da Bahia sejam os mais famosos no exterior, há muitas outras formas de celebrar Carnaval no Brasil. Por isso, o Lexiophilles vai tentar fugir um pouco do óbvio e apresentar outras facetas do carnaval brasileiro para seus fiéis leitores.
Não, nós não vamos esquecer o carnaval no Rio, não se preocupe. O maior “espetáculo da Terra” é sempre inesquecível, mesmo pela televisão. E mesmo para alguém que não gosta nem um pouco de Carnaval, como a autora deste artigo.
Não há um, mas vários carnavais em Pernambuco. Os mais conhecidos são os de Recife, capital do Estado, e Olinda, capital colonial. O Carnaval de Olinda é único: mistura tradição italiana do Carnaval de Veneza com influências afro. Já na capital pernambucana o carnaval começa com o Galo da Madrugada que é considerado, nada mais nada menos do que o maior bloco de Carnaval do Mundo, de acordo com o Guiness.
Ao contrário do carnaval carioca e baiano, no carnaval pernambucano não há competição. Blocos diferentes dançam e tocam nas ruas lado a lado. Em Olinda, o Carnaval é uma grande festa de rua, -guardando semelhanças com o antigo carnaval português – coroada com a participação dos incríveis bonecos gigantes. Os ritmos do carnaval por lá são o frevo, a ciranda e o maracatu.
Para alegria dos foliões, em Pernambuco o sonho do Carnaval dura mais: inicia alguns dias antes e termina apenas uma semana depois do fim “oficial” da festa.
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