A proposta foi encaminhada em audiência pública da CMC, nesta sexta-feira (17).
Na tarde de sexta-feira (17), a Câmara Municipal de Curitiba realizou uma audiência pública para discutir a retomada dos setores da Cultura e Carnaval, promovida pelo vereador Ângelo Vanhoni {PT} e teve formato híbrido, o que facultou ao público participar presencialmente ou através da plataforma virtual, além de contar com transmissão pelo YouTube.
Houve espaço tanto para falas de representações institucionais ligadas ao poder público municipal e estadual quanto de agentes culturais e pessoas da sociedade civil de forma geral. Estiveram presentes representantes da Secretaria estadual de Cultura, da Fundação Cultural, do Conselho Municipal de Cultura, representantes das Escolas de Sambas e Blocos Carnavalescos.
Uma das principais demandas apontadas por artistas, produtoras e produtores e agentes culturais foi a necessidade financiamento às escolas de samba e blocos carnavalescos que foi o principal problema levantado pelo segmento cultural.
Também foi proposta a realização, entre os meses de abril e maio, um seminário com convidados de outros estados. Segundo Vanhoni, o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, está aberto ao diálogo. O vereador também falou da nova discussão para a destinação de verbas da União para a cultura, e que Curitiba deve receber “um recurso razoável”.
Segundo o presidente da Liga das Escolas de Samba de Curitiba, Jeferson Pires de Assis, a principal demanda do segmento junto ao poder público é para que as escolas de samba e blocos recebam mais verba. Lançar mais editais de patrocínio, complementou, também é importantes para o crescimento do carnaval da cidade.
“Lembrando que Curitiba é uma capital”, Assis, que também faz parte de uma federação das escolas de samba, comparou o Carnaval daqui ao de outras cidades brasileiras, a exemplo de Florianópolis (SC). “A luta de resistência, as escolas de samba fazem. As escolas, os blocos, precisam de apoio”, acrescentou o convidado.
Para a Professora Josete (PT), o Carnaval e o samba trazem a “resistência de setores da nossa população que sempre foram invisibilizados”. Já conforme a vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), a invisibilização “é mais do que isso, não é só uma questão de carnaval, uma questão de cultura”. Na avaliação de Oscalino do Povo (PP), o financiamento do Carnaval pode ser feito por meio de parceria entre o Município, o Estado e a União.
Líder do governo na CMC, Tico Kuzma (sem partido) lembrou ter acompanhado os desfiles deste ano. Também contou que a esposa, Poliana Santos, desfilou na avenida sob patins. Mauro Bobato (Pode), por sua vez, sugeriu que o público compartilhasse a transmissão da audiência pública, para que a discussão chegue a mais pessoas.
Outras demandas e propostas foram apresentadas durante a audiência pública. O compositor e agitador cultural Léo Fé, lembrando nomes importantes do mundo do samba de Curitiba disse e afirmou em documento deixado nas mãos do vereador Angelo Vanhoni que apesar da grande relevância social, o tema Samba e Carnaval apresenta imprecisões teórico/metodológicas o que dificulta o diálogo entre as diferentes áreas que trabalham com o tema e, principalmente, a aplicação do conhecimento produzido na melhoria da qualidade de vida da população. E reafirmou que quanto mais se transita no mundo da cultura popular, maior a potência e a capacidade de significação dentro desse grande enredo de existência que é a vida. Propôs em documento um sonho antigo do jornalista e compositor Cláudio Ribeiro que é o de transformar um trecho da avenida Mauricio Fruet, a que passa justamente na antiga Vila Tassi, berço do samba curitibano em passarela do samba com o nome de Mestre Maé da Cuica. Espaço que poderia abrigar em baixo da arquibancada – oficinas de arte, restaurante, museus etc…
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