Inspirado no modelo francês de gestão cultural, o Programa de Apoio à Exportação de Bens Culturais, elaborado pelo Ministério da Cultura, tem como meta divulgar a produção cultural brasileira no exterior.
“O Ministério da Cultura quer atuar ao lado dos selos no Brasil para promover ações conjuntas e subsidiar informações sobre políticas de fomento de outros países”, afirma o ministro Gilberto Gil. Mas o programa vai além do acesso à informação.
Mesmo vendo reduzida a verba para a cultura, o projeto, que tem como parceiros o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, visa atuar em várias frontes.
Sérgio Sá Leitão, assessor do ministro Gilberto Gil, explica o fundamento do programa: “O objetivo é elaborar uma ação conjunta em que o governo e as gravadoras dividam os custos a fim de divulgar a produção de música independente. Um dos caminhos é o licenciamento gratuito de materiais de divulgação dos selos.
Queremos permitir aos meios de comunicação internacionais o uso de imagens e sons para serem veiculados gratuitamente em suas programações. Dessa forma, geraremos interesse pela música nacional”, destaca.
Exposição em festivais e feiras
Festivais e feiras também são prioridades. “Hoje, a cada festival que acontece, os selos são procurados pela Brazillian Music & Arts (BMA) para compor um estande.
O que ainda precisa ser definido com a Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), com a Associação Brasileira de Gerenciamento de Imagem e Informação (ABGI) e, também, com a BMA é a possibilidade de transformar essa ação solitária em um programa integrado”, expõe Sá Leitão.
Para Pena Schmidt, presidente da ABMI, “o grande mérito desse projeto é o de reunir esforços”. “Hoje, a exportação é feita desarticulada, individualmente, o que acaba dificultando esse processo, além de excluir selos e artistas com menos estrutura”, ressalta.
A proposta é que, a partir de agora, o governo passe a se responsabilizar por 50% dos custos. “Além disso, a gente pretende disponibilizar uma linha de crédito para eventos de música brasileira no exterior”, afirma o assessor, e exemplifica:
“A Trama fez em Londres a ‘Trama Weekend’ sem nenhuma participação do governo. Se fosse agora, o selo poderia ter enviado o projeto para que, se aprovado, ter disponibilizado um apoio”.
Outro aliado será a Internet. Nesse caso, está sendo proposto a criação de um site único que englobe todas as associações e que sirva de intermediário entre a produção e os consumidores externos.
“Além de ser um grande banco de dados, funcionará como uma operação de venda. Nele poderão ser adquiridos downloads de fonogramas, além de servir como uma sala virtual para propiciar o mercado eletrônico. A previsão é que fique pronto em três meses”, diz Leitão.