Quem afirma que nunca mentiu é um grande mentiroso. O primeiro de abril, o famoso dia da mentira, surgiu na Idade Média após uma gripe que se abateu sobre Carlos Magno. O povo custava a acreditar no estado de saúde do rei e passou a brincar sobre o assunto. Bem, se você acreditou em tudo até agora, então saiba que você acabou de ler uma mentira. A verdade é bem diferente.
A história do dia da mentira – pelo menos a versão mais aceita e contada – começou em 1582 e não foi por culpa de um rei, mas de um papa. Naquele ano, Gregório 13 decretou o novo calendário, substituindo o antigo calendário Juliano, que fora criado pelo ditador romano Júlio César em 46 a.C.
A alteração do primeiro dia do ano estava entre as mudanças do novo calendário. O primeiro dia de janeiro substituía o primeiro de abril como a data inaugural do ano. No entanto, muitos continuaram a comemorar a data em abril por puro desconhecimento ou revolta.
Nesse período, as pessoas recebiam convites para festas que não existiam ou votos de feliz ano novo, mesmo o ano tendo começado oficialmente três meses antes. Segundo essa explicação, as mentiras e brincadeiras começaram a se refinar com o passar dos anos, chegando até os dias de hoje.
A história só não explica o motivo de a Inglaterra comemorar o dia da mentira antes mesmo da adoção do novo calendário. Assim como hindus e judeus. É provável que a data também esteja associada a antigas festas pagãs na passagem do outono para primavera no hemisfério norte.
A origem do dia da mentira não poderia ser mais recheada de controvérsias, pois como já diria Oscar Wilde: “a verdade jamais é pura e raramente é simples”.