As estações do ano são marcadas pela maneira como os raios solares incidem nos hemisférios.
Hoje dia 22 de setembro, exatamente às 09h44 (horário Legal de Brasília), tem início no hemisfério sul a primavera. Este horário marca o equinócio de primavera no hemisfério sul e de outono no hemisfério norte.
Conforme explica a Dra. Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (ON/MCTI) – as diferentes estações do ano acontecem porque o eixo de rotação da Terra é inclinado em relação ao seu plano de órbita e, além disso, pelas diferentes posições da Terra em sua translação em torno do Sol.
“À medida que a Terra orbita o Sol, seu eixo inclinado sempre aponta na mesma direção e isso faz com que diferentes partes da Terra recebam os raios diretos do Sol. O instante exato do início de uma estação do ano é determinado por uma posição específica da Terra em sua órbita”, diz Josina.
Créditos: Adaptado do Time and Date
A astrônoma também explica que para compreender o exato instante do início das estações, é preciso imaginar a Terra parada e o Sol se movendo em relação a nós. Nessa perspectiva, o Sol percorre um caminho que se chama eclíptica. O instante do equinócio de setembro é aquele em que o Sol cruza o equador celeste, que é a extensão do equador terrestre, indo de norte para sul. No hemisfério sul é o equinócio de primavera e no hemisfério norte é o equinócio de outono.
Imagem de © Kepler de Souza Oliveira Filho & Maria de Fátima Oliveira Saraiva
Posições da Terra nos solstícios e equinócios
As estações do ano são marcadas pela maneira como os raios solares incidem nos hemisférios. Além da temperatura, um dos efeitos que evidenciam as estações é a variação dos comprimentos dos dias, ou seja, a quantidade de tempo que o Sol fica acima do horizonte. Nas regiões próximas ao equador terrestre, esse efeito praticamente não existe. No entanto, quanto mais nos afastamos do equador terrestre, mais esse efeito torna-se evidente.
“No início da primavera, os dias terão aproximadamente o mesmo comprimento das noites. No hemisfério sul, os dias vão ficando cada vez maiores e as noites cada vez menores, até o maior dia do ano, que ocorre no início do verão, que neste ano será dia 21 de dezembro”, explica Josina.
Os locais onde o Sol nasce e se põe e o caminho que o Sol faz no céu também difere de acordo com as estações do ano.
Nos equinócios, por exemplo, o sol nasce no ponto cardeal leste e se põe no ponto cardeal oeste. Já nos solstícios o sol nasce em máximo afastamento do ponto cardeal leste e se põe no máximo afastamento do ponto cardeal oeste.
No hemisfério sul, o máximo afastamento do nascer do sol no solstício de verão ocorre para sudeste e no ocaso (pôr do sol) para sudoeste; inversamente, no solstício de inverno o máximo afastamento do Sol no nascer é para nordeste e no ocaso para noroeste.
Josina explica que os solstícios e equinócios não ocorrem exatamente nos mesmos dias do ano a cada ano. Por exemplo, a primavera nos anos atuais pode ser no dia 22 de setembro em alguns anos e no dia 23 em outros anos.
Há alguns fatores envolvidos nessa diferença. Um deles é porque o tempo decorrido entre dois equinócios de março, o chamado ano trópico, é menor que o ano sideral, definido como o tempo de translação da Terra em torno do Sol.
“O nosso Calendário Gregoriano baseia-se no ano trópico e institui um ano bissexto em todos os anos divisíveis por 4, exceto para séculos inteiros, que só são bissextos se forem múltiplos de 400. Isso faz com que o instante do início de uma estação seja próximo ao instante do início da mesma estação 4 anos antes ou 4 anos depois”, explica Josina
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