O ministro da Cultura, Juca Ferreira, cobrou pressa nesta que o Congresso fixe regras sobre a concessão da meia-entrada para os estudantes. Ferreira disse que a situação atual é “insustentável” por conta da emissão de carteiras estudantis falsas, o que, segundo ele, faz aumentar o preço dos espetáculos e reduz a duração das temporadas.
– As conseqüências do derrame de carteiras falsas no país inteiro são gravíssimas. Quem paga esse preço é o brasileiro honesto, que não tem carteira falsa – disse o ministro.
Ele enfatizou que é o Congresso que deve resolver o impasse e disse que o Ministério da Cultura apoiará qualquer solução dos parlamentares. O ministro ressaltou que, pessoalmente, é favorável à fixação de cotas de um percentual de ingressos de cada espetáculo que poderão ser concedidos na forma de meia-entrada, desde que haja um sistema eficiente de fiscalização.
Ferreira disse que apóia também a sugestão de entidades estudantis de que a Casa da Moeda passe a emitir as carteiras de estudante. Seria preciso também alterar um decreto do governo Fernando Henrique que permitiu que outras entidades estudantis emitam carteiras. Para o ministro, somente a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) deveriam ter essa prerrogativa.
Ele disse que não há estimativas seguras sobre a quantidade de carteiras falsas e o impacto disso na indústria cultural. Ferreira afirmou entender que a meia-entrada é um direito dos estudantes e que deve beneficiar mesmo quem freqüenta cursos de idiomas e outras modalidades, e não só o ensino regular.