Portugal Telecom e Jabuti anunciam obras finalistas

Depois de um longo período em que a premiação literária no Brasil se reduzia ao Jabuti, algumas empresas retomaram os investimentos nesse tipo de iniciativa e lançaram novos prêmios, atraentes do ponto de vista econômico. Depois da Nestlé garantir o retorno do prêmio que leva sua marca e do anúncio, na semana passada, da escolha de Budapeste, de Chico Buarque de Holanda, como o vencedor dos R$ 100 mil oferecidos pelo Prêmio Zaffari & Bourbon de Passo Fundo, ontem foram conhecidos os finalistas do Jabuti – um dia depois que o Portugal Telecom revelou seus dez finalistas.

Nélida Piñon continua com a vitoriosa carreira de Vozes do Deserto (Record), livro para o qual dedicou cinco anos às voltas com a cultura árabe, lendo o Corão (livro sagrado dos muçulmanos) e estudando a história e a mitologia dos povos do Islã: depois do Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras (um dos mais tradicionais oferecidos pela Espanha), ela foi escolhida como autora do melhor romance do Jabuti, deixando João Gilberto Noll (Lorde, da editora Francis) em segundo e Cristóvão Tezza (O Fotógrafo, da Rocco), em terceiro.

Já na categoria contos e crônicas, houve um empate triplo no segundo lugar. Assim, atrás de Urgente é a Vida (Record), de Alcione Araújo, ficaram Paraísos Artificiais (Companhia das Letras), de Paulo Henriques Britto, Típicos Tipos (A Girafa), de Frei Betto, e Histórias Mirabolantes de Amores Clandestinos (Record), do embaixador Edgard Telles Ribeiro. E, em terceiro, ficou Arquitetura do Arco-Íris (Record), de Cíntia Moscovich (veja as principais categorias no quadro).

Em sua 47ª edição, o Jabuti continua como o mais tradicional prêmio literário do País, embora ainda ofereça cifras menores que os demais – o vencedor de cada categoria receberá R$ 1,5 mil e os dois ganhadores do Livro do Ano (Ficção e Não-Ficção) serão contemplados com R$ 30 mil cada. A entrega dos troféus aos três primeiros colocados acontece em cerimônia no dia 20, no Memorial da América Latina.

Cristóvão Tezza e Edgard Telles Ribeiro figuram também na lista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, que anunciou anteontem os dez finalistas (veja no quadro). Eles passaram por diversas etapas, que começou com um júri inicial, escolhido por uma comissão artística. Em seguida, foi eleito o júri nacional, que chegou à lista dos dez finalistas.

Agora, as obras serão apreciadas pelo júri final, formado pela comissão artística e por outros cinco nomes, também definidos anteontem: Affonso Romano de Sant´Anna, Alberto da Costa e Silva, Flora Süssekind, Luiz Costa Lima e Regina Zilberman.

Os vencedores recebem R$ 100, R$ 35 e R$ 15 mil, respectivamente, pelo primeiro, segundo e terceiro colocados, além de um troféu criado pelo artista plástico Paulo Von Poser. Os três vencedores receberão ainda uma passagem ida e volta para Lisboa.

A entrega dos prêmios do Portugal Telecom acontece no dia 28 de novembro, durante uma festa na Sala São Paulo, onde serão conhecidas as três melhores obras de criação literária (romance, contos, crônicas, poesia e dramaturgia) publicadas em 2004, editadas em língua portuguesa, de autor brasileiro e em primeira edição no Brasil.

Romance:
1º Vozes do Deserto, de Nélida Piñon; 2º Lorde, de João Gilberto Noll; 3º O Fotógrafo, de Cristóvão Tezza

Contos e crônicas:
1º Urgente é a Vida, de Alcione Araújo; 2º Paraísos Artificiais, de Paulo Henriques Britto, Típicos Tipos, de Frei Betto, e Histórias Mirabolantes de Amores Clandestinos, de Edgard Telles Ribeiro; 3º Arquitetura do Arco-Íris, de Cíntia Moscovich

Poesia:
1º Hídrias, de Dora Ferreira da Silva; 2º Todas as Horas e Antes, de Neide Archanjo; 3º Cantares de Outono ou Os Navios Regressando às Ilhas, de Artur Eduardo Benevides, e Brasibraseiro, de Antonio Risério e Frederico Barbosa
Amílcar Bettega Barbosa, por Os Lados do Círculo (Companhia das Letras)
Cíntia Moscovich, por Arquitetura do Arco-Íris (Record)
Cristóvão Tezza, por O Fotógrafo (Rocco)
Edgard Telles Ribeiro, por Histórias Mirabolantes de Amores Clandestinos (Record)
Francisco J. C. Dantas, por Sob o Peso das Sombras (Editora Planeta)
José Nêumanne Pinto, por O Silêncio do Delator (A Girafa)
Manuel de Barros, por Poemas Rupestres (Record)
Michel Laub, por Longe da Água (Companhia das Letras)
Rodrigo Lacerda, por Vista do Rio (Cosac & Naify)
Silviano Santiago, por O Falso Mentiroso (Rocco

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