A perícia nas impressões digitais encontradas em um pedaço de fita adesiva usado no furto da tela “Enterro”, de Cândido Portinari, mostrou que as marcas pertencem a apenas uma pessoa, que já foi identificada, afirmou o delegado responsável pelo caso, Manoel Martins. A Polícia Civil de Pernambuco recebeu o laudo do ITB (Instituto Tavares Buril) na noite de segunda-feira. Os peritos compararam as digitais encontradas no local do crime com as de funcionários e de parte dos visitantes do museu no dia do furto. A tela foi furtada há duas semanas.
“Não posso dar mais detalhes para não comprometer a investigação, mas nós esperamos ouvir o dono das digitais”, disse o delegado.
O ladrão recortou o quadro da moldura e usou a fita para prendê-la à tábua que lacra uma das janelas do museu. De acordo com Martins, isso foi feito provavelmente para retardar a descoberta do crime.
Os funcionários do museu só perceberam a ausência da obra por volta das 17h30, quando se preparavam para fechar o local.
TELA
O quadro –um óleo sobre madeira de 24,5 x 33,5 cm, pintado em 1959– foi levado há duas semanas do MAC (Museu de Arte Contemporânea) de Olinda (região metropolitana de Recife), em Pernambuco.
No local, trabalham apenas quatro seguranças, divididos em turnos e não há câmeras de segurança ou alarmes.
Avaliada em R$ 1,2 milhão, a obra integrava a coleção do jornalista Assis Chateaubriand (1892-1968) e havia sido doada para compor o acervo que originou o museu, em 1966.
Na semana passada, a Interpol incluiu o quadro em seu banco de dados de obras desaparecidas. Policiais de vários países, além de colecionadores de arte e profissionais do mercado têm acesso à lista.
Um disque-denúncia mantido por uma ONG do Estado está oferecendo recompensa de R$ 5.000 para quem tiver informações sobre o crime.
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