PESQUISA: No Brasil, o principal objetivo das empresas ao destinarem recursos a patrocínio é demonstrar que estão alinhadas com os princípios de responsabilidade social. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pela Articultura, agência especializada na gestão estratégica do patrocínio empresarial, e pela Ipsos Opinion, de pesquisa de mercado. Foram ouvidas as 500 maiores empresas brasileiras e os 300 maiores anunciantes. O segundo motivo que leva as empresas a investirem em patrocínio é a busca de um relacionamento com seus públicos de interesse; e o terceiro motivo é a construção da marca, ou branding. Nos Estados Unidos, a principal motivação é o branding.
O patrocínio é considerado uma das ferramentas mais eficientes para se construir uma marca. Por meio dele, a empresa agrega atributos tangíveis à marca e provoca envolvimento emocional no público. É a “comunicação por atitude”, nas palavras de Yacoff Sarkovas, presidente da Articultura. Diferentemente de duas décadas atrás, quando as empresas direcionavam seus recursos em comunicação para a publicidade e promoção, atualmente o patrocínio é muito mais presente na realidade corporativa. Hoje, 65% dos grandes anunciantes brasileiros patrocinam eventos ou ações sociais – o chamado investimento social privado. “Construir uma marca é gerar um processo de identificação. Com o patrocínio, a marca se aproxima do interesse público”, diz Sarkovas.
A Articultura foi responsável pela reformulação das diretrizes de patrocínio de empresas como Petrobrás, Banco do Brasil, Philips, Nestlé e Natura, entre outras. Para Sarkovas, o patrocínio é uma ferramenta eficiente para despertar a emoção do consumidor e, com isso, estimular sua preferência. Segundo ele, o patrocínio vem crescendo no mundo todo, independente de estímulos fiscais, e envolve iniciativas em esporte, cultura, meio ambiente e ações sociais. Já movimentam US$ 27 bilhões por ano, sendo US$ 800 milhões no Brasil, o equivalente a 9% do orçamento de comunicação das empresas. “O patrocínio amplia a credibilidade na comunicação da empresa, é a diferença entre o falar que faz e o fazer”, diz.