Raridades da música brasileira que pareciam prestes a se perder no tempo já estão ao alcance do público. Trata-se do projeto Passado Musical, que visa resgatar uma parte do acervo de discos de 78 RPM (rotações por minuto) da Fundação Biblioteca Nacional. A iniciativa, que conta com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, é uma parceria da FBN – instituição vinculada ao Ministério da Cultura – com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e tem o patrocínio da Petrobras.
Com o Passado Musical, discos datados desde 1900 foram recuperados e digitalizados. Hoje, as músicas podem ser acessadas em formatos .wav (Waveform Audio), em alta resolução; e .mp3 (MPEG Audio Stream, Layer III), em resolução mais baixa. As canções em .wav estão disponibilizadas apenas para usuários dentro da FBN. As em .mp3, quando não estiverem protegidas pela Lei dos Direitos Autorais (9.610/98), podem ser veiculadas pela Internet.
Do acervo de aproximadamente 12 mil discos de 78 RPM da Biblioteca Nacional, foram recuperados 4.089 referentes à discografia brasileira, sendo 3.886 unidades de 10 polegadas, 68 de 10.5 e 135 de 12. Do total, aproximadamente 98% possuem uma música de cada lado, os restantes 2% ou possuem mais de uma música por lado ou possuem somente um lado gravado. Quanto à parte física dos discos, os materiais encontrados foram goma-laca e acetato.
Discos de 78 RPM
Os discos de 78 RPM existem em vários materiais tais como alumínio, goma-laca, madeira, papelão e vidro. O som era gerado a partir deles pela passagem da agulha nos sulcos gravados. Tocavam a uma velocidade de 78 rotações por minuto e tinham, normalmente, uma música de cada lado do disco, com uma capacidade de até quatro ou cinco minutos em cada lado. Os tamanhos-padrão eram de 30 cm (12 polegadas) e 25 cm (10 polegadas).
Esses discos eram chamados de bolacha, por conta do formato arrendodado, e utilizados para armazenar informações de áudio, especialmente músicas. Inicialmente, eram usados nos gramofones (aparelhos utilizados para reproduzir som gravado utilizando um disco plano) e, depois, nos toca-discos eléctricos.
Até 1948, eram o único meio de armazenamento de áudio, quando foi inventado o disco de vinil ou LP (Long Play), mais resistente e com maior tempo de gravação.
A Fundação Biblioteca Nacional situa-se à Avenida Rio Branco, nº 219, no Rio de Janeiro. Para acessar o acervo do projeto Passado Musical na Internet, clique aqui.
Informações: (21) 3095-3879 e www.bn.br.
09/08/07