Em 2 de outubro de 1968 foi iniciado um conflito entre estudantes da USP e do Makenzie que culminou com a morte de um jovem e ficou conhecido como Batalha da Maria Antônia. Esse era o nome da rua, no centro da capital paulista, onde ficavam os prédios das duas universidades.
Apresentação Carmen Lúcia
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Na ocasião, a Rua Maria Antônia era o berço da agitação estudantil paulista e tinha de um lado estudantes de esquerda da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo e do outro, estudantes de direita da Universidade Makenzie.
A rivalidade já existia e a tensão se instalou quando uma estudante da USP foi atingida por um ovo enquanto arrecadava dinheiro na prática conhecida como pedágio para a UNE – União Nacional dos Estudantes, que na época, foi oficialmente extinta pelo regime militar.
A rua foi esvaziada e se transformou em palco de luta entre jovens com ideiais contrários. Barricadas foram montadas e eles se enfrentaram com paus, pedras e até bombas de coquetéis molotov.
O local se tornou uma zona de guerra, com rojões atirados de um lado contra o outro. Podia-se ver estilhaços de vidro e pedras, dezenas de janelas quebradas, carros destruídos, focos de incêndio com muita fumaça e o prédio da Usp foi queimado.
A polícia foi chamada pela reitoria do Mackenzie para pôr fim ao tumulto. Com cassetetes, metralhadoras e fuzis, houve a tentativa inútil de dispersar a multidão. A polícia acabou entrando nos prédios das duas universidades e prendendo dezenas de estudantes.
Vários alunos ficaram feridos e um tiro atingiu mortalmente a cabeça do jovem secundarista José Guimarães que estudava perto dali, no colégio Maria Cintra. Ele estava ajudando a recolher pedras para os alunos da USP. Até hoje, não se sabe quem matou o estudante.
Os universitários da USP, tomaram as ruas de São Paulo com a camisa ensanguentada do estudante e durante manifestação entraram em choque com a repressão.
O momento retratou a divisão do país e revelou a forte resistência da classe estudantil, contra o regime de ditadura militar.
Dois meses depois, foi publicado o Ato Institucional número 5 que deu poderes quase absolutos ao então presidente da República, general Costa e Silva.
História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. Vai ao ar pela Rádio Brasil Cultura de segunda a sexta-feira.
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