O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim. Eis a máxima do positivismo, criado pelo francês Auguste Comte no século 19. A semelhança com as palavras da nossa bandeira não é por acaso. Fundada em 11 de maio de 1881 (ou 19 de César de 93, segundo seu calendário), a Igreja Positivista do Brasil teve grande influência na formação da República. O casamento civil, o decreto dos feriados e a separação entre Igreja e Estado são algumas conquistas dos positivistas no governo.
Políticos e militares como Benjamin Constant – tido como o fundador da República brasileira – já seguiam os preceitos de Comte havia décadas, desde que estudantes brasileiros voltaram da Europa trazendo as centelhas dessa filosofia.
Em 1878 foi fundada a embrionária Sociedade Positivista do Rio de Janeiro e inaugurado o Templo da Humanidade. A cidade é considerada a capital mundial
do Positivismo; o Pão de Açúcar é seu símbolo. A doutrina baseia-se na ciência e na filosofia, tendo como metas o progresso moral, intelectual e material dos seres humanos através da liberdade.
Entre os positivistas famosos por aqui estão Roquette-Pinto, marechal Rondon, Nísia Floresta Brasileira Augusta e Euclides da Cunha. Tamanho foi o impacto da doutrina de Comte na sociedade que Machado de Assis, em seu romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, fez uma sátira a ela, colocando o louco Quincas Borba como autor do Humanitismo, que tinha como frase síntese a famosa “Ao vencedor, as batatas”. Noel Rosa também cantou: O amor vem por princípio, a ordem por base / O progresso é que deve vir por fim / Desprezaste esta lei de Augusto Comte / E foste ser feliz longe de mim. A Igreja Positivista continua a atuar no Brasil na sede carioca e também em Porto Alegre e Curitiba.
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