Quem diria! Mas não é que o Bloco de Samba Boca Negra voltou?
Fundado em 2017, o Bloco de Samba Boca Negra ressurge das cinzas, trazendo consigo a energia contagiante do samba e o desejo ardente de honrar as raízes culturais do Paraná. Sob a liderança de Leo Fé, renomado sambista curitibano, e com o apoio de outros amantes do samba local, o bloco busca resgatar a tradição dos cortejos pré-carnavalescos, prestando homenagem à histórica escola de samba Colorado.
A Jornada do Boca Negra: Uma Mensagem de Resistência
Em 2023, após um período desafiador marcado pela pandemia, o Bloco Boca Negra retoma seu trajeto simbólico pelas ruas de Curitiba. Saindo do Viaduto do Capanema, o bloco percorre aproximadamente 500 metros até alcançar a residência conhecida como o lar de Maé da Cuíca, fundador da lendária Colorado. O nome “Boca Negra” é uma homenagem à antiga bateria da escola de samba, evocando a rica história do samba paranaense.
Raízes Ferroviárias e Cultura Negra: O Legado da Vila Tassi
No início do século XX, a região conhecida como Vila Tassi abrigava a classe trabalhadora de Curitiba, principalmente ligada à rede ferroviária. Foi nesse cenário que, na década de 1940, a escola de samba Colorado encontrou seu lar. No entanto, o progresso e as mudanças urbanas resultaram no despejo da Vila Tassi, marcando o fim de uma era e o início de uma nova fase na história do samba paranaense.
Transformações Urbanas: Da Vila Capanema à Vila Torres
Atualmente, a antiga Vila Tassi é conhecida como Vila Capanema, dando lugar a uma série de transformações urbanas ao longo das décadas. O bairro, batizado em homenagem ao Barão de Capanema, testemunhou tanto o desenvolvimento industrial quanto a marginalização de comunidades locais, como evidenciado pelo surgimento da Vila Torres. Essas mudanças refletem não apenas a evolução física da cidade, mas também as complexidades de sua história social e cultural.
A concentração é as 14h e o bloco sai as 15h
O Bloco Boca Negra: Uma Celebração da Cultura e Resistência
O Bloco de Samba Boca Negra emerge como uma voz poderosa na celebração da cultura negra e trabalhadora de Curitiba. Em seus cortejos, os membros do bloco entoam sambas que narram a história e exaltam figuras importantes, como Enedina Alves Marques, a primeira engenheira negra do Brasil. Além disso, o bloco busca preservar a memória da Vila Tassi e seu significado para a comunidade local, defendendo a transformação da região em um centro cultural dedicado ao samba e à história negra.
O Futuro do Samba em Curitiba: Honrando o Passado, Celebrando o Presente
À medida que o Bloco Boca Negra continua sua jornada, é essencial reconhecer e preservar as raízes culturais que moldaram a identidade de Curitiba. Que cada batucada, cada samba entoado, seja um lembrete poderoso da importância do passado e um tributo à resiliência e criatividade do povo paranaense. Que o futuro seja marcado pela continuidade dessa tradição, com muito axé e celebração da cultura negra em sua plenitude.
com informações de Ricardo Prestes Pazello
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