“O Jardim” traz para a cena uma emocionante abordagem da memória

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 28 de outubro a 13 de novembro, o espetáculo “O Jardim”, da Cia Hiato, indicado em três categorias ao Prêmio Shell-SP (melhor autor, diretor e cenário). Terceiro trabalho da Cia. Hiato foi aclamado pelo público e pela crítica paulista – além do Shell, obteve três indicações ao APCA –prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (categorias autor, diretor e espetáculo) e cinco indicações ao Prêmio CPT – Cooperativa Paulista de Teatro (autor, diretor, elenco, espetáculo e projeto visual – iluminação, cenário e figurino).

“O Jardim” tem texto e direção de Leonardo Moreira, saudado como um dos principais nomes da nova geração do teatro brasileiro. A narrativa do espetáculo põe em cena as memórias perdidas, a partir do estudo da doença de Alzheimer, bem como as memórias que nunca se apagam e as memórias inventadas. “Nossa ideia é dar um olhar jovem sobre a fragilidade das memórias que inventamos, das histórias que não nos abandonam, daquelas perdidas no caminho e sobre o que colecionamos em nossas caixas mais secretas”, enfatiza o autor e diretor Leonardo Moreira.

O processo de criação do espetáculo começou em março de 2010, de maneira colaborativa entre todos os membros da companhia. A reunião do material pesquisado e o produzido em sala de ensaio resultou na estruturação de uma dramaturgia inédita, com verticalização das questões estéticas e temáticas abordadas pela Cia. Hiato em seus processos criativos e trabalhos anteriores, a saber, a peça “Cachorro morto” (que marcou a estreia da cia) e “Escuro”, que foi indicado a cinco categorias no Shell 2010 – autor, diretor, cenário, atriz e figurino – e foi vencedor nas categorias: autor, diretor, cenário e figurino.

“O Jardim” pretende se conectar ao público por meio de uma narrativa múltipla, reinventada pela reapropriação de episódios clássicos da literatura. Um deles é o trecho de “Em busca do Tempo Perdido”, de M. Proust, em que a degustação de um simples bolinho, mergulhado em uma xícara de chá, abre as portas para a memória de uma vida inteira. Outra analogia vem da poesia de histórias ordinárias que saltam dos depoimentos colhidos em visitas a asilos e casas de repouso, um lugar de memórias. Um dos embasamentos da peça é a autobiografia do neurologista Eric M. Kandel, ganhador do Prêmio Nobel. Na obra, são descritos os processos biológicos de memória e aprendizado. Outras fontes de inspiração são as fotografias e a narrativa extremamente emocional do fotógrafo Philip Toledano, além dos escritos verídicos de um esquizofrênico e depoimentos pessoais dos atores-criadores: familiares, lembranças, fotografias e objetos que guardam memórias. Outro guia nesta trajetória criativa é o trabalho com instituições dedicadas ao tratamento e prevenção do Mal de Alzheimer.

Local: Caixa Cultural
Endereço: Av. Almte Barroso, 25. Centro, ( Metrô Carioca) – Rio de Janeiro.
Data: 28 de outbro a 13 de novembro de 2011
Horário: 19h30
Preço: R$12,00

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