A carta, de 1826, foi escrita por certo Fogo Foguinho… Meu bem, forte gosto foi o de ontem à noite que nós tivemos. Ainda me parece que estou na obra. Que prazer!! Que consolação!!! Que alegria foi a nossa!!!! […]deste seu amante constante e verdadeiro e que se derrete de gosto quando… com mecê.
A carta, de 1826, foi escrita por certo Fogo Foguinho, mais conhecido por Pedro I. Destinatária: Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos. O caso havia começado quatro anos antes, quando ele levou a paulista ao Rio e nomeou-a primeira-dama da Imperatriz Leopoldina, que – dizem – morreu de desgosto. Tiveram quatro filhos e um romance publicamente conhecido.
Pedro a chamava de Titília. Às vezes, assinava como Demonão. Fazia declarações românticas e mesmo libidinosas. Comentava sobre doenças que atacavam aquilo que chamava de tua cousa.
O romance não resistiu a pressões políticas. Para renovar a aliança com a poderosa dinastia Habsburgo, Pedro I casou com a duquesa austríaca Amélia de Beauharnais. E teve de se mostrar mais comportado. Em maio de 1829, despediu-se de Títilia:
Eu te amo; mas mais amo a minha reputação agora também estabelecida na Europa inteira pelo procedimento regular. […] Tu não hás de querer a minha ruína nem a ruína de teu e meu País e, assim, visto isto além das mais razões me faz novamente protestar-te o meu amor; mas ao mesmo tempo dizer-te que não posso lá ir.
Faça um comentário