Nova Casa para as Artes

Centro Cultural Telemar

A espera foi longa mas valeu a pena. Depois de quatro anos fechado para uma ampla reforma, o antigo Museu do Telephone, no Catete, deu lugar ao novíssimo Centro Cultural Telemar. O espaço reformulado tem agora oito andares (originalmente eram três), todos dedicados à combinação de arte e tecnologia: abrigam galerias, teatro, sala de vídeo, cyber bistrô e uma área de leitura, a Biblio_tec. A inauguração do centro cultural, o mais moderno do Rio, será hoje, às 19h30, para convidados.
Com entrada franca e preços populares no ingresso dos eventos musicais e teatrais, o centro não se limita a estimular a produção artística. Segundo a idealizadora da empreitada, Maria Arlete Gonçalves, gerente do Instituto Telemar, a intenção é aproximar o público comum da alta tecnologia, a que poucas pessoas têm acesso. Por isso, o interior do Centro Cultural Telemar está repleto de equipamentos de última geração, dando ao visitante a sensação de estar entrando em um cenário de filme futurista. Na Biblio_tec, por exemplo, mouses e teclados sem fio comandam a pesquisa por sites numa mesa de vidro que serve de monitor.

– Uma das bases do projeto foi democratizar o acesso à informação – diz Maria Arlete.

A primeira atração de peso será a mostra Corpos virtuais: arte e tecnologia, que reúne trabalhos de 15 artistas plásticos de diferentes regiões do Brasil. A curadora Ivana Bentes escolheu obras que utilizam mídias contemporâneas como linguagem. Em vez de pintura ou escultura, muita video-instalação, web arte, realidade virtual e até algumas criações que tiram proveito da telefonia móvel como forma de expressão.

Para Ivana, com o Centro Cultural Telemar finalmente o Rio ganha um lugar para mostrar uma produção atual e ainda pouco difundida.

– O circuito de vídeo-arte, por exemplo, praticamente não existia no Rio. Um centro cultural que enfatiza a tecnologia de informação vai dar visibilidade a esse novo campo da arte – diz.

A grande maioria dos trabalhos da coletiva são inéditos, e boa parte foi elaborada especialmente para a inauguração do Centro Cultural Telemar. Entre os nomes da mostra estão cariocas como Arthur Omar, Simone Michelin, e o grupo performático Hapax.

Omar convida o visitante a participar de um ritual religioso sufista, que reproduz por meio de projeções. Além disso, o artista colou uma imensa fotografia de oceano na parede de vidro da construção, dando ”vista para o mar” dentro e fora do prédio. Simone montou um cenário onde o visitante faz um retrato que é transmitido por celular. E o Hapax apresenta no teatro do centro cultural, sexta e sábado, às 20h, sua arte sônica low tec, criada a partir de sucatas urbanas e industriais plugadas em aparelhos de som.

 

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