Nelson Sargento (Nelson Mattos)

nelson_sargentoNelson Sargento é o nome artístico do compositor e pintor Nelson Mattos, nascido em 25 de julho de 1924, na Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro. Passou sua infância na Tijuca, morando com uma família de comerciantes atacadistas portugueses, para os quais a sua mãe, Rosa Maria da Conceição, trabalhava como empregada doméstica. Nos finais de semana, a mãe o levava para visitar a família no morro do Salgueiro.

Mangueirense, é compositor de sambas belíssimos; “As Quatro Estações do Ano”, por exemplo, é considerado por um júri de especialistas o mais bonito samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira de todos os tempos. É também uma espécie de memória viva da Mangueira. Em 1994, gravou no Japão sambas inéditos de Cartola e, se alguém quiser saber alguma coisa de Geraldo Pereira, é só conversar com Nelson Sargento.

Compositor. Cantor. Escritor. Pintor.

Nasceu na Santa Casa de Misericórdia, na Praça XV.

Filho de Maria Rosa da Conceição.

Aos oito anos, morava no Morro do Salgueiro, onde desfilava na Escola de Samba Azul e Branco.

Aos 12 anos, mudou-se para o Morro da Mangueira, sendo adotado por Alfredo Lourenço, pintor de paredes nascido em Portugal e que chegara em um navio, fixando-se no Morro da Mangueira, onde recebeu o apelido de Alfredo Português. O padastro levava o pequeno Nelson para os ensaios da Escola Unidos da Mangueira, já extinta.

Aprendeu a tocar violão com Aluísio Dias, Cartola, Nelson Cavaquinho e passou a musicar os versos feitos pelo pai adotivo.

Seguindo os passos de Alfredo Português, tornou-se pintor de paredes.

Carlos Cachaça o levou para integrar a ala de compositores da Mangueira, em 1947.

Foi sargento do Exército de 1945 a 1949, daí o apelido que tomou como nome artístico após ter participado do musical “Rosa de Ouro”.

A partir de 1982, passou a conciliar a carreira de músico com a de artista plástico.

No Rio de Janeiro, em 1983, expôs seus quadros de cenas do cotidiano e figuras primitivistas no Arquivo da Cidade. Escreveu com Alice Campos, Francisco e Dulcinéia Duarte, a monografia “Um certo Geraldo Pereira”, lançada pela Funarte, em 1983, através do Projeto Lúcio Rangel.

Expôs, também, no Museu da Imagem e do Som (1993), Câmara Municipal do Rio de Janeiro (1994), Museu do Folclore (1995), Assembléia Legislativa (1998) e no Museu da Imagem e do Som (1999).

No ano de 1994 lançou o livro de poemas “Prisioneiro do mundo”.

Casou com a produtora Evonete Belisário e pai de 11 filhos (sete naturais e quatro de criação).

Em 2003, finalizou o livro de contos “Samba eu”.

Em sua homenagem Moacyr Luz e Aldir Blanc compuseram “Flores em vida”, da qual destacamos os seguintes versos: “Sargento apenas no apelido/guerreiro negro dos Palmares/Nelson é o Mestre-Sala dos mares/Singrando as águas da Baía”.

No ano de 2005 lançou, na “1ª Bienal de Leitura de São Gonçalo” o livro “Pensamentos”, pela Editora Olho do Tempo.

 

Rafael Gustavo Lima Ribeiro

rafael@brasilcultura.com.br

 

 

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