A 36ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo leva à capital paulista 350 títulos que serão exibidos em 28 espaços, entre salas de cinema, museus e instituições culturais. Podem ser vistos filmes de 60 países, além de 60 obras produzidas no Brasil. A mostra foi aberta quinta à noite, em uma sessão para convidados, e vai até o próximo dia 2.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse que o evento “retrata a diversidade, a identidade da produção audiovisual brasileira e a pluralidade da produção internacional que chega ao Brasil em busca de mercado, de reconhecimento, de crítica”. A ministra destacou ainda a importância da mostra na formação da cultura paulistana.
Marta lembrou que, quando foi lançado, o festival inovou ao adotar a escolha do público como critério para definir os vencedores. Segundo ela, por isso, o festival era apontado na época, em 1977, auge da ditadura militar, como o único lugar do Brasil em que se podia votar.
Neste ano, a mostra foi aberta pelo longa-metragem chileno No, título que se refere ao plebiscito convocado sob pressão internacional pelo ex-presidente do Chile Augusto Pinochet. A população teve então de escolher entre o si, pela permanência do ditador no poder, ou pelo no, a volta à democracia. O filme retrata a construção das campanhas e o embate político entre os defensores e opositores do regime.
Para usar imagens reais da época, o diretor Pablo Larraín optou por filmar todo o longa com câmeras fabricadas na década de 1980 e qualidade de imagem inferior ao equipamento disponível atualmente.
Além de No, também poderão ser vistos todos os filmes de Andrei Tarkóvski, um dos mais importantes diretores russos, que morreu em 1986, em Paris, aos 54 anos. Homenageado na mostra deste ano, o cineasta é lembrado ainda em uma exposição de 80 polaroides de sua autoria, tiradas entre 1979 e 1984, que refletem o modo do russo de pensar a imagem.
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