Morre nos Estados Unidos Marlene de Angola – O Samba perde o Poder de Uma Mulher Negra que Brilhou no Carnaval Curitibano

 

Eterna Mulata do Carnaval Paranaense e Seu Impacto Inesquecível na Cultura Popular de Curitiba

 

O samba no pé, a beleza e o verdadeiro empoderamento de uma mulher negra numa capital que, por vezes, ignorou a negritude, fizeram de Marlene de Angola a eterna mulata do nosso carnaval. Desde muito nova, Marlene desfilhou pela avenida, encantando e levando ao delírio a arquibancada com sua presença marcante e seu amor incondicional pelo samba.

 

Nascida e criada em um cenário cultural vibrante, Marlene de Angola começou sua trajetória no carnaval em um período em que o espaço para a negritude na cena carnavalesca era restrito. Contudo, sua paixão e dedicação foram suficientes para romper barreiras e deixar uma marca indelével. Ela desfilhou com entusiasmo e elegância em diversas escolas de samba, incluindo a Colorado, escola de sua paixão, Mocidade Azul, Sapolandia e 13 de Maio, entre outras. Sua presença era sinônimo de brilho e empoderamento.

 

Cada desfile era uma celebração da cultura afro-brasileira e da identidade negra. Marlene não era apenas uma estrela da avenida; ela era um símbolo de resistência e orgulho, transformando o carnaval em um palco de visibilidade e afirmação. Seu sorriso contagiante e sua alegria irradiante refletiam a força de uma mulher que, mesmo diante das adversidades, nunca se deixou silenciar.

 

Embora a tristeza da sua partida tenha apertado o peito de muitos, o legado deixado por Marlene de Angola é um tesouro que honraremos com fervor. Sua história é um lembrete poderoso da importância de reconhecer e valorizar a contribuição de todas as mulheres, especialmente aquelas que têm sido subestimadas ou ignoradas pela sociedade.

 

A eterna mulata do nosso carnaval não será esquecida. Seu legado vive na energia que transmitia, na beleza que exibia e na paixão que dedicava ao samba. Marlene de Angola permanece, para sempre, como um ícone de força, beleza e empoderamento, eternizando-se nas memórias e no coração de todos que tiveram o privilégio de a ver brilhar.

 

Neste tributo, celebramos a vida e o impacto de Marlene, mantendo viva a chama do seu legado e reconhecendo a sua importância na rica tapeçaria do carnaval brasileiro. Que sua história continue a inspirar novas gerações a dançar com o mesmo fervor e orgulho que ela sempre demonstrou. Marlene vivia atualmente em Boston, nos EUA, com sua filha, fruto da união com seu companheiro Dalvino.

 

O carnaval não será o mesmo sem Marlene de Angola, mas sua presença vibrante e seu exemplo de resiliência nos lembram que a verdadeira celebração da vida está em reconhecer e honrar as contribuições das mulheres negras que, com sua força e talento, enriquecem nossa cultura popular.

 

Sambistas lamentam não poder prestar sua homenagem tradicional a Marlene no sepultamento, como costumam fazer com os componentes do samba curitibano, tocando surdo e cuíca. Marlene, residente nos Estados Unidos, não terá a presença dos amigos do samba em sua cerimônia de despedida.

 

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