Faleceu nesta quinta-feira (3) a professora Emília Viotti da Costa, uma das principais historiadoras brasileiras. Titular da cadeira de História da América Latina na Universidade de Yale, ela tinha 89 anos e morreu em decorrência da falência múltipla dos órgãos.
Emília lutou contra a ditadura militar dentro da USP, e por isso foi aposentada compulsoriamente pelo regime militar em 1968. Foi presa política.
Ela nasceu na capital paulista e era formada pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Foi livre-docente pela mesma universidade. Em 1969, foi aposentada de forma compulsória pelo governo militar por causa do seu engajamento contra a reforma universitária de 1968. Lecionou em várias universidades dos Estados Unidos, entre estas a Tulane University e a University of Illinois.
Emília Viotti escreveu diversos livros que são referência sobre história do Brasil Colônia, como o Da Senzala à Colônia, de 1966, que analisa a passagem do trabalho escravo ao livre na cafeicultura paulista. Era também especialista no tema escravidão.
A historiadora é autora de frases como “Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros”.
Em nota, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), do qual a professora era entusiasta e próxima, disse que perdeu “uma grande amiga e lutadora e intelectual exemplar, comprometida com seu povo”.
O PT também emitiu nota. “Perseguida pela ditadura e atual, inquieta e combativa há décadas, Emília era essencial. Emília se foi. Sua obra e suas ideias permanecem. Toda solidariedade à sua família. Todo respeito à sua vida e obra.Emília Viotti da Costa, presente!”
Do Portal Vermelho, com informações de agências
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