“Mestre Maé da Cuíca: Carnaval, Samba e Futebol”

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O Museu Paranaense recebe hoje, dia 17 de novembro, às 17h, a exposição que apresenta o colorido e leve acervo do carnavalesco, sambista e compositor Mestre Maé da Cuíca, criador da primeira escola de samba de Curitiba. Intitulada “Mestre Maé da Cuíca: Carnaval, Samba e Futebol”, a mostra permanece até 4 de março de 2018.

O grupo “Os Batuqueiros do Maé”, liderado por Rubens Rosni Cordeiro, o Binho, filho de Maé, Homero Réboli, Cláudio Ribeiro, Ricardo Salmazo e outros sambistas animam a abertura com uma roda de samba.

Mestre Maé da Cuíca

A história dos sambas-enredo no Paraná começa em 1932. Ismael Cordeiro, então com cinco anos, já era um pia, como se diz no Paraná, um agitador. Tomou a dose e passou mal, a ponto de fazer com que seu pai, ferroviário em Ponta Grossa, tivesse que levá-lo de vagonete para Curitiba no meio da noite. Ficou em tratamento por alguns dias, tempo suficiente para que o quilômetro 108 da ferrovia – um pátio de manobras de trens anexo à ferroviária – tivesse um novo trabalhador e Curitiba um dos seus primeiros sambistas.

 

A família Cordeiro se instalou na Vila Tassi (Vila que tem a homenagem em samba do seu parceiro Cláudio Ribeiro), já reconhecida por abrigar trabalhadores ferroviários que tinham no samba o momento de descontração.

 

Como ele dizia: “quietinho, os pías batendo e cantando. Passou o tempo e fui gostando da coisa. Na hora em que eles paravam para tomar o gorozinho eu batia no tamborim”, disse Cordeiro, que aos 84 anos ainda faz questão de calçar indefectíveis sapatos brancos.

 

E toda tarde tinha samba na Vila Tasse. A casa de Ismael Cordeiro, que começava ali a virar o Maé da Cuíca, ficava onde hoje é o Moinho Anaconda. “Nunca estudei música, não entendo nada de música, mas um dia aprendi”, explica Maé, em meio a quadros e troféus de carnavais passados.

 

Vila Tassi e a Escola de Samba Colorado. Berço dosamba curitibano, fundada em 1946, a Escola de Samba Colorado formou batuqueiros de todos os matizes e levou à avenida alguns dos mais belos enredos já compostos na terra dos pinheirais. Em seus 60 anos de história a agremiação

fundada por Ismael Cordeiro, o Maé da Cuíca, cresceu, superou barreiras sociais, conseguiu feitos inimagináveis e conquistou lugar de destaque na história do carnaval paranaense e brasileiro.

 

Além de formar grandes batuqueiros e semear o samba na cidade, a agremiação boca-negra deu frutos aos primeiros grupos de samba a tocar na noite de Curitiba – como o Partido Alto Colorado e o Maé Samba Show.

 

 

 

O jogador de futebol

 

Na batuta de Maé da Cuíca estava o comando do batuque e das canções que embalavam o Ferroviário, que virou Colorado (nome da Escola de Samba fundada por Ismael) e hoje Paraná Clube,  na reta do relógio da Vila. Além de fundador da escola de samba Colorado, ele defendeu as cores do Ferroviário dentro de campo. “Em 1949 fui campeão brasileiro do SESI, no Rio de Janeiro. Na volta me levaram pro Ferroviário. Jogava no meio de campo, lateral também”, recordava.

 

Maé da Cuíca no Rio de janeiro a 40 anos!

 

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Homero Réboli(arquiteto e compositor), Cláudio Ribeiro e Mestre maé da Cuíca.

 

homero cr e maeEm 1977, a exatos quarenta anos,  quando Cartola (Agenor de Oliveira) ouviu “Não Vou Subir”, que os curitibanos Homero Reboli e Cláudio Ribeiro inscreveram para o Festival de Novos Compositores, promovido pela Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e Riotur, não teve dúvidas: não só elogiou o samba como estimulou seus autores a inscrever outras músicas nesta promoção

destinada a escolher cinco melhores composições, que junto com sete outras finalistas seriam gravadas num elepê. Resultado: Homero e Cláudio acabaram tendo quatro músicas inscritas no Festival e foi exatamente o Mestre Maé da Cuíca com seus “batuqueiros” que foi defender os sambas no Rio de Janeiro.

Sucesso. De forma emocionante, Maé conseguiu empolgar a direção da agremiação, seus componentes, Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho e o proprio Cartola entre outros. Resultado: Homero e Cláudio ganharam o festival e tiveram o direito de pertecerem a ala de compositores da escola e o Mestre Maé marcar seu nome definitivamente na história da música popular brasileira.
A entrada é gratuita.

Serviço:
Abertura da exposição “Mestre Maé da Cuíca: Carnaval, Samba e Futebol”
Dia 17 de novembro de 2017 às 17h
Período expositivo: até 4 de março de 2018
Entrada gratuita

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