O Maracatu Rural, tradição do interior de Pernambuco, é uma manifestação cultural popular que ocorre durante o Carnaval e a Páscoa. Em 2014, a festa foi tombada como patrimônio imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Também conhecido como Maracatu de Baque Solto, de Orquestra, de Trombone ou de Baque Singelo, o Maracatu Rural é composto por dança, música, poesia e está associado ao ciclo canavieiro da Zona da Mata, mas também tem apresentações na Região Metropolitana do Recife.
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Os mais antigos maracatus foram criados em engenhos e têm como fundadores trabalhadores rurais, trabalhadores do canavial, cortadores de cana-de-açúcar, entre fins do século XIX e início do XX.
A época em que começou a surgir a figura do caboclo de lança e o Maracatu Rural coincide um pouco com a abolição. Tem uma corrente de pensamento que considera o maracatu rural uma brincadeira do negro liberto”, explica o pesquisador César Mendonça, da Fundação Joaquim Nabuco.
“E também na Zona da Mata tinha a questão do escravo, tinha a questão do índio, que foi arrancado da sua cultura como o negro foi. Podemos considerar um movimento de revolta, de indignação pelo que eles viviam”, complementa Mendonça.
Desde então, a tradição se mantém viva passando de pais para filhos, tendo como origem a cidade de Nazaré da Mata. Um dos grupos mais tradicionais com sede na cidade, o maracatu Cambinda Brasileira tem 99 anos.
Segundo Mayra Veloso, diretora do grupo, o trabalho dura o ano todo, não apenas o Carnaval, e já se espalhou por outros estados. “Eu digo que eu sou uma eterna pesquisadora, é muita informação. Para quem quer saber de onde vem seu povo, seu estado, sua tradição é muito importante conhecer”, afirma.
Fonte: Portal Brasil, com informações da TV NBR e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
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