O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanhado da ex-primeira-dama Marisa Letícia, conferiu ontem a abertura do projeto Balaio Cultural, no Teatro Lauro Gomes, em São Bernardo. Por meio de programação continuada, a iniciativa visa promover o diálogo, a valorização e a difusão das manifestações relacionadas à cultura popular tradicional da cidade.
O evento de estreia, que teve como atração principal aula-espetáculo apresentada pelo escritor Ariano Suassuna (autor de obras como Auto da Compadecida), foi elogiado pelo ex-presidente. “Gostei muito. São Bernardo precisa trazer mais grandes nomes da Cultura”, alertou.
Já em relação ao dramaturgo, Lula confessou: “Somos amigos de cachacinha. Já fui muitas vezes à casa do Ariano”. Por sua vez, no palco, o poeta fez diversas vezes referência ao ex-presidente, inclusive dedicou a aula-espetáculo a ele e à ex-primeira-dama. “Acho que é uma brincadeira toda essa estima que Ariano diz ter por mim”, afirmou o ex-mandatário petista.
Durante a aula-espetáculo, Suassuna também disse que estava alegre por conhecer o trabalho do Grupo Perere, que antes dele executou concerto de música instrumental brasileira. Na defesa da cultura genuinamente brasileira, Suassuna idealizou nos anos 1970 o Movimento Armorial, que propõe a criação da arte erudita a partir de elementos da cultura popular.
SIGILO
Questionado pela imprensa após o evento sobre a manutenção do sigilo eterno sobre documentos oficiais, possibilidade defendida pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Lula mostrou posição contrária, só podendo ser considerado em situações que envolvam países. “Sigilo eterno não, não há nada que exija sigilo. É preciso ter um prazo, a não ser que seja um documento de Estado, que precisa ter mais cuidado. Mas o restante, acho que o povo tem mais é que saber”
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