Karl Marx

 

Karl Heinrich Marx (Trier (Tréveris), 5 de Maio de 1818 – Londres, 14 de Março de 1883) foi um filósofo, cientista social, economista, historiador e revolucionário alemão, um dos pensadores que exerceram maior influência sobre o pensamento social e sobre os destinos da humanidade no século XX. Suas idéias influenciaram de maneira decisiva os movimentos operários e os partidos socialistas, especialmente após a sua morte, em 1883. Por outro lado, estas mesmas idéias foram freqüentemente distorcidas e codificadas em forma de doutrina dogmática para atender a circunstâncias e necessidades políticas variadas.

 

Biografia

Marx nasceu numa família de classe média, seus pais tinham uma longa ascendência judaica, mas tiveram que se converter ao cristianismo em função das restrições impostas à presença de judeus no serviço público. Seu tio, Lion Philips fundou a empresa Philips. Em 1835, Marx ingressou na Universidade de Bona para estudar direito, mas já no ano seguinte transferiu-se para a Universidade de Berlim, que era dominada pelos seguidores de Hegel. Ali, os interesses de Marx se voltam para a filosofia, tendo participado ativamente do movimento dos Jovens Hegelianos. Doutorou-se em 1841 com uma tese sobre as Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro.

 

Impedido de seguir uma carreira acadêmica, tornou-se em 1842 redator-chefe da Gazeta renana. Com o fechamento do jornal pelos censores do governo prussiano, em 1843, Marx resolve emigrar para a França. Naquele mesmo ano, casou-se com Jenny von Westphalen. Deste casamento, Marx teve 5 filhos: Franziska, Edgar, Eleanor, Laura, e Guido. Franziska, Edgar e Guido morreram na infância. Laura se suicidou junto com seu marido Paul Lafargue. Eleanor também se suicidou. Karl Marx teve ainda um outro filho, Frederick Lewis Demuth, nascido da relação extraconjugal com Helen Demuth, empregada em sua casa.

 

Principais obras

Manuscritos econômico-filosóficos (Ökonomisch-philosophische Manuskripte), 1844 (publicados apenas em 1930);

A ideologia Alemã (Die deutsche Ideologie), 1846;

Miséria da Filosofia (Das Elend der Philosophie), 1847;

Manifesto Comunista (Das Kommunistische Manifest), 1848;

O dezoito brumário de Luís Bonaparte (Der Achtzehnte Brumaire des Louis Bonaparte);

O Capital (Das Kapital) – Livro I, publicado em 1867; Livros II e III, publicação póstuma por Engels).

Influenciado por Hegel, diz estar invertida a teoria deste. Ao passo que Hegel, entre outros de sua época, postulava a crença no absoluto (estado, idéias…), Marx vem a inverter essa ordem (chama a si mesmo de um hegeliano às avessas) e através de Ludwig Feuerbach passa para o movimento conhecido por hegelianos de esquerda. Coloca a produção material de uma época histórica como a base da sociedade e também, a criadora da subjetividade dessa época. Não é o conhecimento espiritual que muda a produção da existência e, consequentemente, a vida social, mas exatamente o contrário: com a atividade prática, a revolução (equiparação das forças produtivas com relação ao corpo social), o corpo social transforma também a sua subjetividade.

 

A relação da produção da vida prática e material para com as idéias não é, porém, determinística e reducionista como à primeira impressão pode parecer; existe uma relação dialética entre essas duas entidades. Marx tinha um pensamento prático e político que muitos entenderam errôneamente como sendo um método a determinar a realidade, chamando-o de materialismo histórico e dialético, que mais tarde veio a ser denominado de marxismo. Sem contar também os estruturalistas, que passaram (também errôneamente) a ver nos escritos de Marx um dito estruturalismo, com os homens sendo apenas apêndices das estruturas econômicas, e não criadores diretos destas.

 

 

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