Nascido em Rio do Pires (BA) há 27 anos, José Naldo é formado em Psicologia e mora na zona leste de São Paulo. Escreve poesia desde a adolescência sobre os mais diversos temas. A Educação pelo Cano, o poema de sua autoria que o Prosa, Poesia e Arte divulga hoje, foi escrito em 2016, na véspera da eleição municipal. Mas as denúncias que saem desses versos soam ainda mais atuais, diante dos ataques à Educação desferidos pelo governo Bolsonaro. Confira.
A Educação pelo Cano
(José Naldo)
A educação está por um cano
E não por engano.
Mas por boicote, por corte.
Aí queremos a inclusão.
Nessa nação? Onde quer fazer da educação
Algo próximo da religião.
Todos podem cultuar, estudar sem liberdade,
Vaidade, como podemos acreditar?
Como que algumas pessoas não enxergam o vão,
Entre pobres e ricos com a sua escolarização.
Ou vou chorar de dor, ou rir de ironia.
Gritar talvez, e sem ter companhia.
A educação está como água
Não como um sistema de abastecimento
Mas por que os pobres brasileiros
se abster de conhecimento?
Já lhe falta dinheiro,
Trabalha como jumento.
Mas que por sustento não querem queixar.
Falta-lhe muito, e não somos nada,
Até a hora de votar.
Aí podem notar
E como quem ganha no bingo
Em um domingo, ele poderá ser alguém.
Amanhã é segunda,
Escola de segunda, segurança de segunda, alimentação de segunda,
educação de segunda.
Foi só pra lembrar,
Que educação está como água
E os ricos podem nadar.
E aos pobres que votaram domingo
Dessa torneira, somente gotas, somente pingos.
A potência da educação está na capital
Conhecimento jorra forte
Mudamos de rumo, outro destino
A água do pobre pinga fino.
As vezes de fino não cai
Da fonte do conhecimento
Chamado de educação.
Que nesse momento
na nação.
Fica no esquecimento.
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