III Feira Música Brasil

cr-feira-musica1Em sintonia com uma das propostas centrais da III Feira Música Brasil 2010 (FMB), que é inserir a música brasileira na economia da cultura, o painel Negócios Internacionais da Música discutiu na Funarte, em Belo Horizonte, as alternativas para ampliar o mercado internacional aos músicos e produtores brasileiros. “Esse debate traz novos modelos e a experiência de diversos países, para ventilar um pouco o conceito do que é exportar música, como pensar na gestão de uma carreira internacional e na formação de redes internacionais, na articulação de diversos ambientes no Brasil e fora do Brasil”, ressalta o diretor do Centro de Música da Funarte, Thiago Cury.

À frente de uma delegação de 14 promotores culturais, Juan Carlos Fernández Fasero, diretor das Agências Galegas das Indústrias Culturais (AGADIC), disse que a Galícia, uma região autônoma da Espanha, pode ser a “porta de entrada da música e da cultura brasileiras na Espanha e Europa”. Segundo o diretor, a vinda do grupo de galegos à FMB é parte de uma iniciativa da Galícia e da Funarte para vincular projetos de interesse comum. “Nós apostamos nessa colaboração”, disse.

Como convém a um debate cuja temática é a música brasileira em um cenário internacional, algumas das principais estrelas vieram de fora. além do promotor cultural da Galícia Joaquim Marténez Silva, estavam à mesa, Alicia Zertuche, que tem a função de “buscar bandas emergentes” na América Latina para o SXSW (Festival de Música em Austin – EUA), Christoph Borkowosky, da Womex (Feira Internacional de Música), que trabalha basicamente com a cultura criada e trocada por músicos em oposição à grande indústria fonográfica, e Bruno Boulay, especialista cultural da embaixada da França em São Paulo.

“Para os profissionais brasileiros que estão na platéia, ouvir diretamente desses especialistas internacionais de feiras e conferências importantíssimas, de festivais e organizações, como é o caso da Galícia, o que os leva a agendarem um artista, é fundamental”, destacou Paulo André, músico e produtor (da Astronave) com larga experiência internacional, moderador do debate. Ele diz que ainda falta “um bom caminho” para o Brasil entrar definitivamente no mercado internacional. “Isso aqui é um começo, o Brasil ainda está engatinhando para organizar a exportação de sua música”, salienta.

Dezenas de produtores e músicos brasileiros assistiram e participaram do debate. Alguns que atuam fora do país, como a DJ Marise Cardoso, ou Djiiva, como é conhecida, uma dos 39 artistas selecionados pela FMB. Mineira, ela mora e atua na Espanha há dez anos, onde tem uma carreira sólida, e agora está fazendo o caminho inverso. Consolidada na Espanha, agora quer mostrar seu trabalho no Brasil. “Tive muito boa receptividade desde a minha chegada na Espanha. Antes mesmo de falar espanhol, já estava tocando. A música é uma linguagem universal. Desde o ano passado estamos tentando plantar essa semente no Brasil. E essa feira é uma grande oportunidade”, diz

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