A cartunista brasileira critica o ataque ao Porta dos Fundos e a tentativa de limitar o humor.
Para a cartunista, o humor de alguns comediantes, como o Porta dos Fundos, está inserido neste contexto tragicômico. No dia 24 de dezembro, a sede do grupo humorístico foi atacada com coquetéis molotov, sem deixar feridos. O atentado ocorreu como uma reação mais truculenta que se seguiu às críticas ao especial de Natal do Porta dos Fundos, que sugeria que Jesus era homossexual.
“A situação de eleger Bolsonaro uns poucos anos antes das eleições, era para mim, uma hipótese humorística. E estamos em um país onde isso aconteceu. Isso nos deixa numa situação humorística ou trágica?”, questiona.
“O que o Porta dos Fundos praticou em forma de discurso humorístico não é uma ofensa à religião, é uma ofensa aos homofóbicos”, afirma a cartunista. Segundo Laerte, os ataques ao Porta dos Fundo reforçam sua visão que é impossível limitar o humor sem censurar ideias, já que o humor não pode ser completamente neutro.
“O fato de você estar lidando com uma linguagem que provoca reações como o riso, não quer dizer que você esteja num território de neutralidade ideológica. Não tem neutralidade nenhuma, você está sempre trabalhando em um campo ideológico”, explica.
“O episódio com o Porta dos Fundos também me fez pensar. Com quem estamos lidando quando usamos uma linguagem para conduzir uma piada? Não estamos só buscando produzir risadas, estamos trabalhando com ideias”, afirma.
Da redação, com informações da RFI
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