Wanderley (Selton Mello), um corretor de seguros, faz todas as vontades da belíssima esposa e aspirante a atriz Marivalda (Grazi Massafera). Até aí, uma história de amor como muitas já vistas no cinema. Mas não se engane. Billi Pig, que estreia nesta sexta, dia 2, promete mais do que um final feliz para os pombinhos. O porco tagarela de brinquedo, que dá nome ao título e é fiel conselheiro da protagonista, é apenas umas das pistas que José Eduardo Belmonte dá sobre a viagem ao gênero “fantástico” que realiza em sua nova produção.
Para conseguir bancar os devaneios glamourosos de sua mulher, Wanderley se alia a um padre supostamente milagreiro e promete a um perigoso chefe do tráfico que irá tirar sua filha do coma. A espera pelo milagre, em tom de comédia, guia o roteiro: “Dá pra dizer que é um filme sobre fé, dessa cultura do brasileiro de correr atrás e de achar um jeito diferente de resolver problemas. A situação é cômica, mas o caminho é humanizar os personagens”, definiu o diretor em coletiva para a imprensa nesta segunda, 27, em um hotel em Copacabana, Rio de Janeiro.
Além de Grazi e Selton, o longa conta com as participações de Milton Gonçalves, como o padre politicamente incorreto; Otávio Müller no papel de traficante; Preta Gil, como a dona de uma funerária; e Milhem Cortaz, como ajudante da empresa encarregada dos velórios. O elenco estrelado é uma das grandes apostas do longa-metragem para conquistar o público. “Eu conheci a Grazi através do Cauã Reymond, nas filmagens de Se nada mais der certo. Sobre a escolha de Milton Gonçalves, posso dizer que eu tenho um caderninho da adolescência escrito que queria filmar com ele. O papel da Preta foi pensado por um dos roteiristas especificamente para ela. E trabalhar com o Selton era um namoro antigo meu “, revela Belmonte.
Apesar de não ser uma estreante na carreira de atriz (ela atuou em Agora é que são elas, novela da Rede Globo), Preta se surpreendeu durante o processo de filmagem do diretor: “O Zé (diretor) faz coisas incríveis na preparação. Me colocou para jogar pingue pongue, fez o Milhem comer pimenta antes de entrar em cena. Parece loucura, mas quando ele grita o ‘gravando’, você entende perfeitamente onde ele queria chegar com aquilo”, revela a cantora, que ainda elogia a característica de improvisação do trabalho de Belmonte: “Fui, por 12 anos, produtora de cinema. Chegava lá com o texto todo decoradinho, mas ele queria improvisar, gastar o rolo do filme. Eu pensava só nos gastos”, brinca.
Selton Mello faz coro e diz que o improviso foi o grande diferencial: “Só trabalhando com o Belmonte, eu consegui entender como ele chega no resultado de seus filmes. Seguir o fluxo era o nosso lema. Às vezes, eu falava sem parar e pensava: como ele vai montar isso?”. O experiente Milton Gonçalves acredita que o bom ator deve ter confiança na direção: “É ele quem tem o panorama total do filme. Sou muito obediente neste sentido. Topei este trabalho porque senti firmeza nele”, revela.
À frente da Bananeira Filmes, Vânia Catani é a produtora responsável por fazer o filme ser um sucesso nas salas de cinema nacional. E ela pensa grande: “É uma tarefa difícil nessa temporada pós-Oscar, mas a previsão é de 250 cópias”, torce. O filme teve orçamento de R$ 6 milhões e contou com seis semanas de gravações. Para Belmonte, Billi Pig tem uma vantagem para as bilheterias: “É um meio do caminho entre o filme comercial e autoral”, define.
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