História da imigração polonesa em exposição no Museu Paranaense

 

 

 A contribuição dos imigrantes poloneses para o Estado é a temática central das novas mostras no Museu Paranaense: “Raízes do Paraná: Os Poloneses”, “A Herança Polonesa na Arte Paranaense”, “Homenagem ao poeta Paulo Leminski” e “Charme e Elegância em outros tempos”. A partir do dia 22 de março, às 19 horas, o público visitante poderá conferir peças do vestuário polonês, objetos agrícolas, livros de Leminski e pinturas e esculturas de artistas que compõem essa identidade étnica. Juntamente com as exposições no museu, o Parque Histórico do Mate inaugura “Ka’á, a erva sagrada”, com imagens da utilização da erva-mate pelos indígenas.
Raízes do Paraná: Os Poloneses- O processo de constituição do espaço urbano em Curitiba foi, e continua sendo, profundamente marcado pela figura do imigrante. A convivência da população local com grupos estrangeiros, iniciada na primeira metade do século XIX, tornou-se mais estreita com a implantação de uma política imigratória efetivada após a criação da província, em 1853.
O Paraná recebeu uma significativa leva de imigrantes poloneses. Os primeiros representantes dessa etnia chegaram ao Brasil em 1869, vindos da região da Silésia. Eram 16 famílias que se fixaram inicialmente em Brusque, Santa Catarina, ao lado de outros imigrantes alemães. Dois anos depois, em 1871, o grupo já ampliado, chegou em Curitiba, instalando-se no bairro do Pilarzinho.
Embora as primeiras levas de poloneses tenham chegado ao Paraná anteriormente, foi no período compreendido entre 1889 e 1914 que se deu a entrada majoritária deles no País, cerca de 100 mil até o início da primeira guerra mundial.
Na exposição poderão ser vistos objetos utilizados na agricultura, indumentária, objetos de decoração, fotos e móveis desse grupo étnico.

Homenagem ao poeta Paulo Leminski – A completa bibliografia de Paulo Leminski, juntamente com objetos pessoais, fotos e medalhas estarão a mostra na Sala Personagens Paranaenses.

Poeta, escritor, professor e compositor paranaense, Paulo Leminski nasceu em Curitiba, no bairro do Portão, no dia 24 de agosto de 1944. Descendente de poloneses e brasileiros, ele se definia como “um mestiço curitibano”.

Leminski escreveu seu primeiro poema, “O Sapo”, aos oito anos de idade. Concluiu o ensino médio, iniciou o curso de Direito, mas o abandonou no segundo ano. Freqüentou o curso de Letras, sem também concluí-lo. Sua obra ganha velocidade no período de 1975 a 1989. Entre as várias publicações e participações em redações de grandes jornais, destaque para “Catatau”, obra que melhor expressa sua ousadia e inventividade. O autor fez traduções, produziu músicas com diversos artistas, como Guilherme Arantes, Paulo Assumpção, Moraes Moreira, entre outros. Seu último livro publicado em vida foi “Guerra dentro da Gente” (1988). No ano seguinte, a Editora Pau Brasil lançou “A Lua foi ao Cinema”, dedicado a uma de suas filhas.

O escritor morreu em 7 de junho de 1989, em um período de intensa produção, deixando inéditos poemas com muito lirismo reflexivo, fundado no trabalho com as palavras, conquistando o público pela emoção.

A Herança Polonesa na Arte Paranaense – A imigração polonesa no Paraná contribuiu intensamente para a cultura regional. Seus descendentes deixaram um grande exemplo de dedicação a nossa terra e, nas artes, demonstraram grande sensibilidade para a música, dança e artes plásticas. Na Sala Especial, o Museu Paranaense oferece ao público uma demonstração da herança artística polonesa no Estado, com pinturas e esculturas de alguns artistas que compõem essa identidade étnica: Andréia Las, Bernadete Panek, Cseslaw Lewandowski, Dulce Osinski, Eliane Prolik, Gilda Belzac, Guinski, Heliana Grudzien, Liz Szczepanski, Marcos Coga, Mario Rubinski, Osmar Chromiek, Ricardo Koch, Stela Schuchovski, Solfia Dyminski, Tereza Kock e Zaco Paraná.

Charme e Elegância em outros tempos – A vida do homem do século XIX e XX será retratada na Sala das Coleções. Objetos de escritório, peças do vestuário de época e assessórios, como bengalas, cartolas, abotoaduras, gravatas e sapatos traçam a imagem masculina neste período histórico.

Parque Histórico do Mate – Ka’á, a erva sagrada
No Brasil, o consumo da erva mate começou antes mesmo da chegada dos colonizadores no Brasil. Documentos que datam de 1541 registram que os nativos da região do Guaíra utilizavam a bebida quase como um vício.
Em 1820, o botânico Saint-Hilaire, após observar ervas nativas nas proximidades de Curitiba, classificou a erva-mate como “ilex paraguaiensis”. Tradicionalmente consumida pelos povos Guarani das bacias do Paraná e do Paraguai, a erva-mate começou a ser utilizada pelos europeus a partir do século XVI.

Na exposição “Ka’á, a erva sagrada” os visitantes terão a oportunidade de visualizar, por meio de fotografias, o consumo da erva pelos indígenas. São imagens tiradas por Vladimir Kozák, que documentam o grupo de índios Xetá, estabelecido na Serra dos Dourados, próximo a Umuarama.

Serviço:
Museu Paranaense
Rua Kellers, 289, Alto São Francisco – De terça a sexta-feira, das 10h às 17h, sábado e domingo das 11h às 15h. Entrada R$ 2,00.
As exposições “Raízes do Paraná: Os Poloneses”, “A Herança Polonesa na Arte Paranaense”, “Homenagem ao poeta Paulo Leminski” e “Charme e Elegância em outros tempos” permanecem abertas até 16 de julho.

Se inspirando nas temáticas da Convenção das Nações Unidas – biodiversidade e biossegurança – o Museu Paranaense organizou também duas novas mostras: “Paraná Indígena – O Artista e o Índio” e “A Flora Paranaense – Aquarelas de Karla Kozák”. Elas estarão abertas para visitação até o dia 30 de março.

Parque Histórico do Mate
Rodovia 277, Km 111 (Rondinha)
A exposição “Ka’á, a erva sagrada” permanece aberta até 16 de julho.

 

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