“Guia Brasil Para Todos” dá dicas de cultura, lazer e turismo para portadores de deficiência

guia-brasil-para-todosVocê sabia que a Pinacoteca de São Paulo oferece um programa especial, que inclui um passeio tátil pelas esculturas originais do museu? Ou que, em Salvador, existe uma praça chamada Bahia Sol, onde há quadra poliesportiva com piso especial, bares e lanchonetes com balcão rebaixado e cardápio em Braille, além de rampas de acesso até a praia?

Informações como estas, de locais voltados para a cultura, turismo e lazer com acessibilidade própria para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida podem ser encontradas no Guia Brasil Para Todos, especialmente feito para este público, que hoje representa 14,5% dos brasileiros, segundo dados oficiais do IBGE.

Idealizado pelo casal Andrea Schwarz e Jaques Haber, o guia está disponível gratuitamente na internet e foi desenvolvido de acordo com padrões de acessibilidade para leitura com softwares dedicados a pessoas cegas e com baixa visão.

Para que fosse elaborado, jornalistas foram treinados e visitaram durante seis meses as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis com o auxílio de deficientes. Foram avaliadas diversas atrações, hotéis, bares e restaurantes. Ao todo, são 377 dicas de viagem, com 139 passeios acessíveis e 92 hotéis adaptados.

Andrea, aos 22 anos, perdeu o movimento das pernas devido a um problema na medula e passou a deparar-se com o despreparo de vários lugares em São Paulo. De olho nisso, em 2001 o casal lançou seu primeiro projeto do casal, o Guia São Paulo Adaptada, que avaliou diversos pontos da cidade, mesmo os que se diziam acessíveis. Ao perceber a desinformação das empresas pelas quais passaram, eles também fundaram a i.social, empresa especializada em soluções para a inclusão social.

“O objetivo deste guia é informar. Um dos critérios foi a acessibilidade, mas levamos em conta também a relevância do local para cada cidade. Não podíamos, por exemplo, falar de Salvador sem falar no Pelourinho”, explica. Orgulhosa, ela confessa: “Em 1998, nunca imaginei que iria chegar até aqui”.

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