Um acontecimento histórico para a categoria dos músicos brasileiros. Assim pode ser definida a
Assembleia Geral Extraordinária, realizada no dia 23 de novembro, na sede do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SindMusi), que aprovou por unanimidade a criação da Federação Nacional dos Músicos Profissionais (Fenamusi). A assembleia contou com a participação de representantes de 12 sindicatos de músicos de todas as regiões do país.
Por questões legais, como documentação ou ainda filiação à outra federação e o processo de
desfiliação, se for o caso, não estar ainda concluído, somente cinco sindicatos puderam efetivamente fazer parte da nova entidade. Os sindicatos que no momento fazem parte da Fenamusi são aqueles que representam os estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Amazonas e Goiás. Além dos sindicatos destes estados, estiveram presentes à assembleia Alagoas, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Sul, Pará, Tocantins e Piauí.
Na mesma assembleia foi eleita e empossada a nova diretoria da federação e aprovado o estatuto. Fazem parte da nova diretoria Déborah Cheyne Prates (presidente), Paulo Sarkis
Keuchegerian (vice-presidente), João Bani (secretário-geral), Sara do Nascimento Branco da Silva (secretária do Trabalho), Alan Barbosa (secretário de Finanças), Gilberto Modesto (secretário-adjunto de Finanças), Ricardo Antão (secretário de Formação Sindical). O Conselho Fiscal é composto por Gervásio Braz Bezerra, Everaldo dos Santos Barbosa e Alexandre Negreiros. Como suplentes: Ivaneide Pereira do Nascimento, Moacir Brito do Nascimento e Jeania Patricia Santos da Silva Braz.
Os próximos passos da nova entidade são o registro, como pessoa jurídica, no Cartório de Pessoas Jurídicas e, logo após, o registro no Ministério do Trabalho e Emprego, formalizando assim definitivamente a Fenamusi.
A luta pela criação de uma Federação de Músicos vem de longe, da década de 40. Mas especificamente na gestão da diretoria do então Sindicato dos Músicos do Município do Rio de
Janeiro, de 1944 a 1946, encabeçada por Eleazar de Carvalho e que tinha entre
seus conselheiros Heitor Villa-Lobos. Entre suas diretrizes constava a necessidade de “articulação com os sindicatos estaduais, a fim de organizar a federação dos músicos brasileiros”, com correspondência já estabelecida com esse propósito entre entidades de Fortaleza, Pará, Paraná, Porto Alegre, Recife e São Paulo.
Assim, o sonho afinal se tornou realidade. A luta e determinação destes e outros companheiros deu frutos e a tão esperada Federação saiu do papel. Agora, é chegada a hora de uma
nova caminhada para seu fortalecimento e, dessa forma, dar à categoria dos músicos um instrumento poderoso na luta pelos seus direitos. A luta continua.
DEPOIMENTOS
Déborah Cheyne (presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do rio de Janeiro)
“Trata-se de um momento ímpar. E eu estou muito orgulhosa em fazer dele. Um trabalho de formiguinha, de muita costura na arregimentação de forças na luta pela unicidade. Um trabalho feito com muito cuidado para que ele ganhasse cada vez mais consistência. Temos o primeiro
passo. Vamos em frente”.
Everaldo Barbosa (presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Amazonas)
“Representa um sonho. Realizado no sentido de fortalecimento do movimento sindical para a
categoria dos músicos no Brasil. Esta nova entidade, a Federação Nacional dos
Músicos, vem possibilitar apresentação de novas propostas de lei para benefício
da categoria”.
Sara Nascimento (presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado de Pernambuco)
“Fazer parte de uma Federação é tudo o que a gente sempre sonhou. Um sindicato, de forma
isolada, caminha com muita dificuldade. Quando todos os sindicatos se unem,
vemos que todos têm as mesmas dificuldades e o mesmo ideal. Agora temos mais
força. Não será apenas um na luta. A partir daí as conquistas são maiores”.
Paulo Sarkis (vice-presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio Grande
do Norte)
“Para qualquer sindicato é muito importante a unificação de procedimentos. Até então só
tínhamos sindicatos estaduais e toda vez que íamos dialogar com o Governo
Federal ou reivindicar no Congresso, enfim, participar de alguma polêmica com
relação a políticas públicas, estávamos sempre representando apenas nosso estado. Hoje vamos ter voz. Temos uma Federação”.
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