Fórum Social se encerra com 352 propostas para mudar o
mundo, mas ainda poucas idéias de como implementá-las
DESPEDIDA: passeata de militantes antiglobalização no encerramento do encontro em Porto Alegre
A quinta edição do Fórum Social Mundial (FSM) se encerrou, nesta segunda-feira, em Porto Alegre, com 352 propostas para mudar o mundo. O problema de anos anteriores, entretanto, persistiu: são poucas as idéias de como colocá-las em prática. Um dos organizadores do evento, porém, o empresário Oded Grajew, disse que houve um esforço conjunto para divulgar o resultado dos debates. “Havia uma tentativa de desqualificar o que era feito aqui, como se os debates e as discussões não tivessem utilidade. Então, neste ano, resolvemos apresentar as propostas concretas que estão saindo do Fórum e que poderão ser acompanhadas na internet”, afirmou. Para ele, o caráter propositivo do evento já pôde ser observado, por exemplo, na decisão da França e da Alemanha de não entrarem na guerra no Iraque. “As mobilizações internacionais foram preparadas aqui. É assim que a sociedade civil funciona. Quando cai a ficha de que uma coisa não serve mais, ela começa a mudar”, explicou. Desde o dia 26 de janeiro, passaram pela capital gaúcha cerca de 155 mil pessoas, de 135 países, que participaram de 2,5 mil atividades, durante as quais debateram alternativas para quase tudo, desde a democratização de organizações internacionais como a ONU e o FMI até a “transmutação da consciência através da arte”.