Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas, Bolsonaro protagonizou “grave episódio de machismo, sexismo e misoginia”.
A comissão de mulheres da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou nota repudiando as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que fez insinuações sexuais sobre a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a Fenaj, Bolsonaro protagonizou “grave episódio de machismo, sexismo e misoginia”. A entidade lembrou que a jornalista vem sendo alvo de “pesados ataques virtuais dos seguidores do presidente e do próprio clã bolsonarista”.
A Fenaj destacou que o filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) repercutiu as declarações mentirosas em sua conta no Twitter, inflamando os seguidores e ressaltou que, além de Patrícia Campos Mello, todas as mulheres jornalistas foram atingidas.
“A partir deste episódio, as mulheres jornalistas desse país também foram vítimas de viralização de vídeo, imagens e memes que relacionam a apuração de matérias jornalísticas e a produção de notícias a troca por sexo. Assim, a pouco mais de duas semanas do 8 de Março, data emblemática da luta feminista, toda uma categoria profissional é atingida pela violência de gênero”, diz a nota.
Em 2018, durante as eleições, Patrícia Campos Mello denunciou o financiamento de empresários a disparos de mensagens pelo WhatsApp, ajudando a eleger Jair Bolsonaro.
Na semana passada, Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da Yacows, uma agência de disparo de mensagens, insultou a repórter ao dizer, na CPMI das Fake News, que Patrícia teria tentado trocar sexo por informações. Hoje, Jair Bolsonaro deu declarações de duplo sentido sobre o episódio, rindo, na porta do Palácio da Alvorada.
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