Exposição mostra o melhor e o pior do Rio dos anos 60

Evandro Teixeira e a exposição que mostra os anos 60 no Rio de Janeiro

O melhor e o pior de uma das décadas mais ricas na história política e cultural do Brasil estão na exposição “Tempos de chumbo, tempo de bossa: os anos 1960 pelas lentes de Evandro Teixeira”, que começa hoje no Centro Cultural da Justiça, no centro do Rio de Janeiro. Evandro foi testemunha ocular do golpe de 64, trabalhando pelo Jornal do Brasil e fotografou de dentro do Forte de Copacabana o movimento dos militares naquele primeiro dia de abril. “A boa fotografia é aquela em que nós somos atingidos,” escreve Marcia Mello, curadora da exposição.

 

Mas as 18 fotografias que compõem a exposição não mostram apenas o lado duro dos anos da repressão. Mostram um Brasil rico culturalmente, explodindo em sensualidade com a beleza de Leila Diniz na praia de Ipanema, ou simplesmente com a paisagem de um Rio de Janeiro que deixou muitas saudades. Um poema de Carlos Drummond de Andrade em homenagem ao amigo, diz que a fotografia de Evandro Teixeira é “alma de anjo, de justiça e conhecimento.”
Além das fotos, é possível ver parte da história de Evandro em livros como a edição especial de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos com imagens do profissional, e um mergulho mais profundo no ano de 68, quando o povo tomou as ruas em busca de mais liberdade e foi golpeado com o Ato Institucional número 5. Há também uma projeção de outras fotos de Evandro Teixeira acompanhadas pela música de Geraldo Vandré em sua histórica apresentação de “Pra não dizer que não falei das flores”. Evandro considera essa música a mais marcante daquela geração e fez questão que ela estivesse na exposição, que vai até o próximo dia 27 de Fevereiro no Centro Cultural da Justiça, na Avenida Rio Branco, 241, Centro. Sempre de terça-feira a domingo das 12h às 19h.

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