ESTE ESPEDITO, Escultura e Esperança

O Portal da Cultura Brasileira convida todos para o lançamento do livro ESTE ESPEDITO, Escultura e Esperança, que ocorrerá amanhã, 27.09.11, a partir das 19:00 horas, no Pátio das Esculturas nas dependências do Museu Oscar Niemeyer.
Juntamente com o lançamento do livro o Museu fará a exposição de algumas peças do velho comunista.

Espedito Rocha começou a fazer esculturas na infância. O caçula de nove irmãos, acompanhava os pais Caetano e dona Maria Rosa na lavoura, e foi lá, na macaxeira, que as primeiras formas foram esculpidas. Ele não queria ser lavrador, então saiu à procura de outra profissão. Com 12 anos, Espedito já era sapateiro. Nesta época descobriu sua afinidade pela madeira consertando santos quebrados na sapataria do santeiro Mané Imaginaro. A técnica Espedito foi construindo de forma autodidata e sua alfabetização foi no mundo. Ele estudou até a quarta série.

Da infância guarda lembranças que o marcaram profundamente. O garoto, que viu o pai sair para votar, estranhou a apreensão da família, lá em Pernambuco nos anos 30. “O pai vai votar e quem vota contra o governo, eles matam” contou a tia. O garoto só sossegou depois que o pai voltou para casa. “Foi aí que me tornei um homem político, contra tudo o que é poderoso”, explicava Espedito que se filiou ao Partido Comunista em 1938 e se tornou dirigente do partido em 1967. Preso e torturado, após 100 dias de prisão foi internado em um hospital, de onde fugiu.

O partido abrigou Espedito em São Paulo, na casa de um casal de professores que foi estudar no exterior. Sindival Rodrigues Martins, o dono, fazia esculturas de madeira que ficavam inacabadas. Espedito, resolveu terminar as esculturas do jeito dele e quando Martins voltou de viagem, espantado com o talento do hóspede, não perdeu tempo e o apresentou a Pietro Maria Bardi que foi organizador e autor do texto da primeira exposição de Espedito Rocha, que aconteceu em 1980 no SESC do Carmo na capital paulista.

Espedito Oliveira da Rocha era um desses homens que desafiam as injunções próprias de quem é ligado ao mundo do trabalho. Na cartilha mais difícil, aprendeu a vida por ela própria. Transformou em poema de aroeira, peroba e cedro tudo o que viu e viveu.

Seis anos depois, foi convidado oficial do governo Gorbatchev para ir, na época, à União Soviética. “Eu nem imaginava o prestigio que tinha”, lembrou em uma de suas últimas entrevistas. Em vez do discurso político, usou a arte para expor a revolta contra o que considera injusto. Esculturas como “Boia-fria em Curitiba” e “Retirantes” demonstram o cansaço pelo trabalho pesado e pela vida difícil. Ele se afastou da política, mas recebia até sua morte, muitas visitas de políticos. “Converso mas não dou opinião. Chega uma idade em que a gente não tem o direito de errar porque não dá tempo de recuperar o erro”, comentava..

 

Quando: 27.10.11, a partir das 19:00 horas

Onde: Museu Oscar NiemeyerFica na rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, em Curitiba. Tel. (41) 3350-4400 begin_of_the_skype_highlighting (41) 3350-4400 end_of_the_skype_highlighting. Site oficial: www.museuoscarniemeyer.org.br

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