Depois de três semanas internado, morreu o escritor Wilson Galvão do Rio Apa, em Santa Catarina. Ele estava tratando problemas no coração no Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis Filho de um juiz e advogado formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), largou tudo para tornar-se marinheiro logo após a graduação. “Entre os caminhos perigosos da grande cidade e os caminhos perigosos do mar, preferi o mar”, dizia o escritor.
Filho do desembargador Arthur Galvão do Rio Apa e neto do Barão do Rio Apa (ministro de guerra no governo de Floriano Peixoto}, era descendente de bascos, portugueses e dinamarqueses. Nasceu na capital paulista em 1925, porém, passou a infância e adolescência no Paraná. Na juventude, tentou ser esportista, inicialmente praticando a esgrima e depois no futebol, quando jogou por um ano no Esporte Clube Água Verde, mas desistiu de ser um futebolista profissional.
Em 1949, formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná para a realização de seu pai, mas nunca exerceu a profissão. Em 1951, resolveu trabalhar num navio mercante que fazia a rota do oriente e por dois anos foi tripulante, de serviços braçais, nesta embarcação. Durante este período, realizou mais de 50 reportagens e entrevistas com relatos de lugares e pessoas, que eram enviados e editados no jornal curitibano O Estado do Paraná. Quando retornou ao Brasil, retomou a carreira jornalística iniciado nos tempos de estudante, pois em 1949, já era redator-chefe do tablóide “Desportos Ilustrados”, periódico especializado em esportes (principalmente o futebol) e de circulação em todo o estado no Paraná.
Em 1957, publicou o seu primeiro livro: “Um menino contemplava o rio”. Na sequência, mudou-se para Antonina, onde se tornou líder, tanto de uma cooperativa de pescadores como de agricultores, assim como de uma comunidade artística. Em dois anos conseguiu 3,5 mil associados, mas por questões políticas, afastou-se do cargo em 1967, época em que terminou seu segundo livro, “A revolução dos homens”. Depois disso, no final dos anos 1960, passou a se dedicar exclusivamente ao teatro, liderando o grupo de amadores da cidade de Antonina, denominado “Capela” e de formação popular.
As peças eram apresentadas em locais públicos, bares e restaurantes em Curitiba e em São Paulo. Nesse período, começou a escrever o livro de contos “No Mar das Vítimas” e o primeiro volume de “Os Vivos e os Mortos”, uma tetralogia ficcional.
Mudou-se para Florianópolis e em 1986, mudou-se para a praia da Pinheira, batizada de Vale da Utopia, em Santa Catarina. Em outubro de 2011, foi homenageado no lançamento do livro “W. Rio Apa – Vida e Obra”.
(São Paulo, 5 de fevereiro de 1925 – Florianópolis, 7 de setembro de 2016)
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