Entrevistas, depoimentos, conversas e números musicais em documentário sobre a cantora Elza Soares. A soberania de um país se faz pela cultura. No Brasil, a música popular se sobressai e há muito conquistou o mundo. No cenário da MPB é impossível não lembrar de Elza Soares. Além de sua voz marcante e o talento para interpretar, possui talento para viver. Elza é uma força da natureza, é a ponte de ligação entre a tradição e o novo, o samba de morro e o do asfalto, as raízes e as antenas.
Em “ELZA”, documentário de Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan, produzido por José Gonzaga Araújo, vamos explorar essa diversidade através de um amplo repertório musical e de encontros com grandes nomes de nossa música, como Caetano Veloso, Jorge Ben Jor, Paulinho da Viola e Maria Bethânia.
SOBRE O DOCUMENTÁRIO
Elza “ao natural” é Elza em grande estilo.
A Elza “verdadeira” é a soma de todas as Elzas.
A Elza “como ela é” é a Elza como ela se mostra.
A idéia central deste filme não é apresentar uma biografia ou fazer um documentário jornalístico, mas explorar a riqueza de sua personalidade através dos personagens nos quais ela se multiplica e dos papéis que ela escolhe desempenhar.
Um documentário sobre ELZA SOARES é, de certo modo, um dever. Uma dever diante do talento, da história e da presença dela na cena cultural brasileira. Sorte que, neste caso, o dever vem acompanhado de prazer. O prazer que é ouvi-la cantar e falar. Porque além de cantora excepcional, ela é boa de papo, boa atriz e tem muita história pra contar. E é isto que este filme quer: ver e ouvi-la cantar e falar. Apesar dos incontáveis revezes que sofreu, Elza Soares é, essencialmente, uma cantora da alegria. E está sempre pronta e bem vestida, esperando a cortina abrir e o espetáculo começar.
A biografia acidentada, a personalidade singular e o repertório de qualidade são a nossa matéria prima. As entrevistas, depoimentos, conversas e números musicais – além das imagens de arquivo – são os recursos que utilizamos para compor o retrato da artista e contar sua história. Mais do que ilustrar ou apenas apresentar alguns sucessos da carreira, a música tem uma função narrativa no documentário.
ELZA
Ela ocupa um lugar único e solitário na música popular brasileira.
Ela é dona de um estilo personalíssimo e de um jeito muito próprio de ser e de cantar. Ela é do samba – do samba enredo, do samba canção, da Bossa Nova – mas também é do rap, do rock, do jazz e da gafieira. Ela “joga nas onze”.
Ela tem uma voz inconfundível, de grande extensão e com muitos recursos.
E um ritmo que ninguém aprende na escola.
No palco, ela é uma explosão de energia, um exemplo de vigor, um acontecimento.
Além do talento de cantora, ela dança, representa e soa pura emoção.
Ela é “intoleravelmente brasileira”, nas palavras de Sergio Cabral. Inclusive na capacidade de se apropriar do que não é brasileiro.
Se a história dela fosse ficção, seria considerada um exagero: aos 12 anos casou; aos 13, tornou-se mãe; aos 15, viu um filho morrer; aos 19, teve que doar um outro; aos vinte, era mãe de cinco filhos e, aos 21, ficou viúva.
E isto era apenas o começo.
Ela foi execrada e adorada em doses cavalares.
Ela foi rica e foi pobre.
Ela é sexy, ela é pop, ela é brava, ela é doce, ela é ingênua, ela é malandra, ela é ousada, ela é disciplinada, ela é forte, ela é vaidosa…
Ela é muitas, numa só.
Ela é impossível de classificar.
Ela é Elza da Conceição Soares, tema do documentário dirigido por IZABEL JAGUARIBE E ERNESTO BALDAN, produzido por JOSÉ GONZAGA ARAÚJO.
FICHA TÉCNICA
Direção: Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan
Roteiro: Suzana Macedo
Empresa Produtora: Pedra Corrida
Empresa Co-produtora: Jaguar Produções Artísticas
Fotografia: Ernesto Baldan e Stefan Hess
Montagem: Joana Ventura
Produção Executiva: José Gonzaga Araújo
Produção: Izabel Jaguaribe, Fábio Bruno, Eduardo Roly
Coordenação de Produção: Sandra Helena Pedroso
Direção de Arte: Ernesto Baldan e Orlando Ávila
Direção de Arte Gráfica: João Bonelli
Som direto: Valeria Ferro
Captação musical: Luís Claudio Varela
Assistente de Direção: Ananda D’Ecanio e Lara Hess
Câmeras: Stefan Hess, Regis Lopes, Pedro Cezar e Miguel Vassy
Figurino: Sol Azulay
Maquiador: Eduardo Araújo
Duração filme: 1h22min
Classificação Indicativa: Livre
Participações Especiais:
Caetano Veloso
Elton Medeiros
Hermano Vianna
João de Aquino
Jorge Ben Jor
José Miguel Wisnik
Maria Bethânia
Mart´nália
Paulinho da Viola
Professor Júlio (Xangô do Salgueiro)
Roberto Silva
Vó Maria
ERNESTO BALDAN
Nasceu 2/12/1960 no RJ. Começou a fotografar nos anos 80, fazendo capas de discos para Legião Urbana, Chico Buarque, Marina Lima, Lulu Santos, etc. Nos anos 90, fez sua primeira exposição “Faltam 1001 dias p/ o carnaval”, realizou a exposição “Popular”. Fez o livro “Música do Brasil” junto com Hermano Vianna e realizou a exposição “Sem Vergonha”. Fotografou “A Cor da Casa” -“Dentro”. Dirigiu com Izabel Jaguaribe e fotografou o documentário“Elza”
IZABEL JAGUARIBE
Nasceu 27/04/1968 no RJ. Dirigiu os documentários “Passageiros” e “Um dia qualquer” produzidos pela Videofilmes, exibidos no GNT. Dirigiu também “A Cor da Casa”-“Dentro”, o longa “Paulinho da Viola. Meu Tempo é Hoje”, com mais de 60.000 espectadores. Dirigiu e produziu com Olívia Guimarães o documentário “Corpo do Rio”, exibido no Festival do Rio 2009. Dirigiu ainda, com Ernesto Baldan, o documentário “Elza” e “Sorria, Você está na Barra”, produção de Flavio Tambellini.
PEDRA CORRIDA PRODUÇÕES ARTÍSTICAS
Criada em 2000, a história da produtora se inicia com a produção do show “Dura na Queda” e o C /Show “DO CÓCCIX ATÉ O PESCOÇO” que marcou o retorno de ELZA SOARES, resgatando seu lugar na cultura nacional ao viajar pelas principais cidades do Brasil. José Gonzaga Araújo, empresário da Pedra Corrida, contou com as parcerias de Gringo Cardia e José Miguel Wisnik.
No teatro, a longa experiência de Gonzaga registra trabalhos com atores como Letícia Sabatella e Ângela Antônio na peça ZÉ, com Pedro Cardoso nas peças AUTO-FALANTE e OS IGNORANTES, e com Zesé Polessa e Tucá Andrada na peça CRIOULA sobre a vida de Elza Soares e nas diversas peças do grupo de teatro Nós do Morro.
Em 2007 a Pedro Corrida faz sua primeira incursão no cinema produzindo o documentário indígena HOTXUÁ, dirigido por Letícia Sabatella e Gringo Cardia, sobre o sacerdote do riso da tribo indígena dos Krahô, do norte do Tocantins.
Além do primeiro DVD de Elza Soares “BEBA-ME”, gravado ao vivo durante do show em SP, com direção de José Miguel Wisnik e Marco Altberg.
A preocupação com as questões sociais sempre esteve presente na trajetória profissional de Gonzaga. No período de 1993 a 1997 trabalhou ao lado do sociólogo Herbert de Souza – Betinho – e criou o projeto FOME DE BOLA. Esse projeto foi abraçado, voluntariamente, por personalidades como Chico Buarque por alguns atores como Marcos Winter, Ângelo Antônio e José Mayer, Marcos Palmeira e Léo Jaime. Levando a fama e prestígio desses artistas por todo o país com o futebol, disseminando a educação para a cidadania junto à população, ao mesmo tempo em que arrecadava alimentos para famílias carentes.
Classificação indicativa: livre
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