Eis parte dos cachorros da Catedral… (ARTIGO)

 

Moramos em um apartamento bem em frente à Catedral, e temos dois cachorros.

O maior é o Takeo, assim mesmo, com K. A história de seu nome tem idem, ou seja, tem história, mais adiante contarei.

E o menorzinho é o Lupe, ambos adotados.

O Takeo é um bom vira-latas, mas já disseram que é misturado com outra raça. Acho que ele nem está aí para isso, quer é fazer festa e estranhar um pouco se chega uma visita.

Veio de Piracaia conosco (veio co-nos-co, nada daquilo de “mais perdido do que cachorro que caiu do caminhão de mudança”), inseparável, dorme ao lado da cama do João Vítor todas as noites.

Humilíssimo, fiel e querido amigo, companheiro. De dia fica perto de mim, aqui na copa. Claro, seu prato de comida está a dois metros.

E o Lupe, um pug adotado em Matias Barbosa. Tanto insistimos com o Yuri, então seu dono, um garotão hoje com 13 anos, que ele, no dia de Natal de 2019, decidiu nos dar o bichinho. Não foram percebidas, nesse período, quaisquer manifestações de ciúme por parte do Takeo.

Mas vejam aí, há outros cachorros nos jardins da Catedral.

Tantos… Os padres resolveram espalhar um aviso, pregado nas árvores: “Por favor, recolha as fezes do seu animal”.

O Buda é outro pug, pretinho, bem mais novo, mas bem mesmo. É do Zé Eduardo, amigo e parceiro, apaixonado pelo cachorrinho, que está com ele, sua mulher Valéria e a filha Alice não faz tanto tempo assim. E já conquistou a rua Santo Antônio e adjacências.

O Buda esteve doente, recebeu pensamento positivo de todos os donos e de todos os amigos de quatro patas.

E ainda o Bento e o Nino, dois schnauzer.

O Nino e o Bento são da Geralda. Um deles está com diabetes, toma insulina.

O Takeo estranha quase todo mundo. Mas só fuzarca, sabe que está preso na coleira, não vai sair de jeito nenhum.

Há ainda a Bia, da Cristina, as duas cachorrinhas da Ana, o Fubá, o Amendoim, a Paçoca etc.

com a história do Takeo.

amos na Ecovila Clareando, em Piracaia. E um dia soubemos que um cachorro preto estava vagando por lá, sem dono, sem referências.

E já tinha até nome: era o Taqueo (assim, com “qu”).

Que andava permanentemente com ar assustado, como se fugisse das pessoas: soubemos depois, seu irmão havia morrido de fome. Isso mesmo, morrido de fome. Nascera na propriedade de um safado que morava em outro sítio, fora da Ecovila, e amarrou o irmão do Taqueo até morrer de fome.

Esse cara, de verdade, já tem seu nome anotado no Livro que permite ou não permite a entrada no céu…!!!! Crápula é pouco.

Mas tendo decidido pela adoção, restava apenas saber a origem do nome.

O criador da Ecovila, Édson Hiroshi, descendente de nipônicos, certamente teria alguma participação/escolha do nome:

1 – Taqueo, comida largamente difundida no Japão, que chegou ao Brasil por Recife e hoje está definitivamente instalada no eixo Piracaia-São Paulo-Rio…

2 – Taqueo, substituto do juiz do sumô ou do aikidô quando o magistrado está com dor de barriga…

3 – Taqueo, flor que ornamenta os jardins japoneses, conhecidas como sakuras, ou então campo de lavanda a se perder de vista…

Muito mais fácil.

Coitadinho, faminto, procurava qualquer coisa que tivesse cheiro de comida.

E arrastava o saco de lixo daqui para lá, de lá para cá.

Aí, na bucha, não havia escolha:

p.. TA QUE O.. p..u…!!! Perdão aqui pelo chulismo.

De Taqueo virou Takeo.

E virou nosso.

 

GUILHERME

SALGADO

JORNALISTA E REVISOR

 

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