Educação 3

 

Cultura, Trabalho e Educação

A atividade animal é determinada por condições biológicas caracterizada, sobretudo, para reflexos e instintos. Trata-se de um tipo de inteligência concreta, distinguindo-se da inteligência humana, que é abstrata.

O homem representa o mundo por meio do pensamento, expressando-o pela linguagem simbólica. De fato, a linguagem substitui as coisas por símbolos, com palavras por exemplo.

A transformação que o homem exerce sobre a natureza chama-se cultura, entretanto, o mundo cultural é um sistema de significados já estabelecidos por outros.

A noção de trabalho é fundamental para se compreender o que é cultura. Aliás, o trabalho é condição de liberdade, mas não em situações de exploração em que a maioria é obrigada a trabalhar em condições inadequadas à sua humanização. Isto é, na sociedade dividida em classes, o trabalho se torna alienado. Alienar, portanto, é tornar alheio, é transferir para outrem o que é seu.

Por meio do trabalho o homem instaura relações sociais, cria modelos de comportamento, instituições e saberes. O aperfeiçoamento dessas atividades no entanto, só é possível pela transmissão dos conhecimentos adquiridos através das gerações. É a educação que mantém viva a memória de um povo e dá condições para a sua sobrevivência.

·Cultura Erudita e Cultura Popular

Não vivemos em uma sociedade homogênea, toda produção cultural está sujeita a avalização que dependem da posição social do grupo a que ela pertence. Para exemplificar vamos estabelecer algumas distinções, considerando as seguintes divisões:

A Cultura Erudita é a produção acadêmica centrada no sistema educacional, sobretudo na universidade, produzida por uma minoria de intelectuais.

A Cultura Popular é identificada com folclore, conjunto das lendas, contos e concepções transmitidas oralmente pela tradição. É produzida pelo homem do campo, das cidade do interior ou pela população suburbana das grandes cidades.

A Cultura de Massa é aquela resultante dos meios de comunicação de massa. Produzida “de cima para baixo”, impondo padrões e homogeneíza o gosto.

É preciso entender essas manifestações culturais como sendo expressões diferentes de uma sociedade pluralista, sem considerações a respeito da superioridade de uma ou outra.

Ideologia

A Ideologia é o conjunto de representações e idéias bem como de normas de conduta por meio das quais o homem é levado à pensar, sentir e agir de uma determinada maneira que convém à classe dominante.

Lidar com conceitos abstratos, eternos e imutáveis, independentes da situação histórica em que se inserem, é um dos artifícios ideológicos pelos quais os valores dominantes são impostos.

Os meios pelos quais a ideologia é a nós imposta variam, sendo utilizados meios tais como: A escola, os livros didáticos, os meios de comunicação de massa.

As estruturas petrificadas que justificam as formas de dominação são ameaçadas pela filosofia, devido a essa ciência exercer papel importante como crítica de ideologia.

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

Filosofia e Filosofia da Educação

Há várias circunstâncias em que o homem pode entrar em contato com o mundo que o cerca. É que dentre eles podemos sitar algumas delas, tais como: A mística, a religiosa, a artística, a do senso comum, a científica e a filosófica.

O Mito – É a forma de compreensão intuitiva da realidade que permeia todo o pensar e o agir do homem primitivo, predominantemente marcado pelo sobrenatural.

– Conhecimento Espontâneo – É a compreensão que o homem tem do mundo através da experiência vivida deste mundo, e a qual pode ser chamada de senso comum.

– Conhecimento Científico – Foi Galileu quem revolucionou esse método.

Essa ciência é caracterizada pela delimitação de um objeto a ser estudado e a utilização de linguagem e métodos rigorosos que permitam a descoberta das regularidades existentes nos fatos.

Todos os povos têm uma educação transmitida muitas vezes de maneira espontânea. Diante disso, cabe ao filósofo acompanhar, reflexiva e criticamente a ação pedagógica de modo a promover a passagem dessa educação guiada pelo senso comum para uma educação sistematizada.

A filosofia da educação desempenha papel importante para denunciar as formas ideológicas, graças ao seu poder de questionamento do que seja educação, não permitindo que a pedagogia se torne dogmática, nem que a educação se transforme em adestramento.

Educação e Pedagogia

A educação é um fator importante para a humanização e socialização do homem, entretanto, nas sociedades primitivas, a educação se acha difusa, fato que necessita que haja algumas mudanças na área. Por exemplo: entre educação, ensino e doutrinação, a educação é um conceito genérico, enquanto que o ensino se refere à transmissão de conhecimentos

acumulados. A doutrinação é uma pseudo-educação que não respeita a liberdade do educando.

É preciso fazer reparos quanto ao conceito de educar e ensinar, distinguindo esses dois pólos que se completam. Não há como formar alguém sem informá-lo. O que acontece com freqüência é que a informação pretensamente neutra mascara um conteúdo ideológico.

Educação e Valores

O homem é um ser cultural, aliás, já ao nascer encontra-se envolto por valores herdados. O mundo cultural é um sistema de significados já estabelecido por outros, conforme atendemos ou transgredimos certos padrões, nossos comportamentos são avaliados como bons ou maus.

Fazemos juízos de valor quando descobrimos o conteúdo que mobiliza nossa atração ou nossa repulsa, ou seja diante dos seres que constituem o nosso mundo familiar estamos atribuindo valores de forma bipolar.

Nem sempre os valores transmitidos são claramente percebidos a educação será mais coerente se formos capazes de explicitá-los, ou seja, existe a necessidade de um trabalho reflexivo que esclareça as bases axiológicas da educação.

Educação e liberdade são inseparáveis. A educação autêntica só pode ser a educação para a liberdade. Podemos considerar inicialmente duas posições contraditórias, a da liberdade incondicional e a do determinismo absoluto.

A liberdade incondicional, o homem teria uma liberdade absoluta. Enquanto que para as teorias deterministas, o homem, à semelha das coisas, sofre constrangimento externo e interno que apenas tem a ilusão de escolher livremente.

O impasse provocado por essas duas posições contraditórias pode ser superado a partir de uma visão dialética da liberdade.

A partir desses conceitos, podemos ver as dificuldades que surgem diante de uma proposta coerente de educação para a liberdade, afinal, educar é dar condições para que o educando se encontre e faça seu caminho.

A INSTITUIÇÃO ESCOLAR

A Educação Informal e a Educação Formal

O homem não possui um aparelho instintivo como o dos animais e portanto, precisa ser socializado pra sobreviver. Isto significa que necessita ser educado. Essa mesma educação que é recebida, na maioria das vezes é informal, assim chamada por não ser organizada.

Variam também as formas de transmissão dos comportamentos. Às vezes os modelos são impostos ou pela legislação.

Estamos sendo educados a cada passo. Destacaremos a ação da família e dos meios de comunicação de massa.

– Conceito de Família – Considerando o mundo industrializado o qual vivemos, que exige o concurso do trabalho feminino. Podemos dizer que a família ensina informalmente o que as pessoas devem fazer, dizer ou pensar. Instituição essa que fornece em última instância, se rebelar contra os valores recebidos.

Isto significa que a família existe como suporte da aprendizagem das relações afetivas preparando o homem para as relações da sua maturidade. Se esse mesmo trabalho não for levado a bom termo na família, o homem não se torna verdadeiramente adulto.

– Os Meios de Comunicação – Além de promover a socialização, a comunicação concorre para a formação da identidade. Assim, um mesmo conteúdo exposto em um livro ou transmitido pelo rádio terá efeitos diferentes.

São considerados mas media o rádio, o cinema, a televisão, os jornais e as revistas de grande circulação. E as suas influências reproduzem e reforçam as ideologias. Conclui-se que os meios eletrônicos de comunicação exercem uma subversão nos modos de sentir e pensar do homem contemporâneo.

– Breve Histórico da Escola – Sabe-se que a família, a religião, o trabalho, o lazer, os meios de comunicação exercem uma função de educação, mas essa ação educacional é informal.

A Escola institucionalizada, semelhante à que hoje conhecemos, é uma criação burguesa do século XVI. Contudo, graças a Revolução Industrial, alguns aspectos das exigências da escola burguesa alteraram-se. As conseqüências dessas mudanças tornaram possível o ingresso das camadas não privilegiadas da sociedade na escola.

· As Sociedades Antes da Escola

Desde o aparecimento da educação formal, sempre existiu uma relação indissolúvel entre escola e sociedade.

Como veremos as condições do aparecimento da educação formal, as transformações ao longo do tempo e também as críticas que tem sido feitas às soluções encontradas, trataremos das comunidades tribais, onde ainda inexistem escolas.

· As Comunidades Tribais

No Brasil, o movimento da escola nova começou só no século XX, na década de 20.

A escola renovada o aluno é o centro e há uma preocupação muito grande com a natureza psicológica da criança. Há a educação tradicional é magistrocêntrica.

· A Escola Tecnicista

A escola tradicional no século XX tem sofrido inúmeras críticas de enfoques diversificados. Entre essas, a partir da década de 60, surgem propostas de inspiração tecnicista, baseadas na convicçã de que a escola só se tornaria mais eficaz caso adotasse o modelo empresarial. No modelo citado, há uma nítida preocupação com a transmissão do saber científico exigido pela moderna tecnologia.

No Brasil nunca houve de fato plena implantação de reformas de tendência tecnicista, devido ao fato dos professores estarem imbuídos ou da tendência tradicional ou das idéias escola-novistas.

· A Desescolarização da Sociedade

A escola nova pretendera revolucionar os métodos trazendo para a vida a escola tradicional. No entanto, seu ideal de democratização não foi atingido, aliás, ela continuou a reproduzir as formas de dominação social. Devido a esse fato o australiano Ivan Illich apresenta uma proposta radical, a descolarização da sociedade.

A principal crítica que pode ser feita a Illich se refere à dimensão individualista do seu projeto, que despreza uma análise mais profunda dos conflitos sociais. Na verdade, ele propões uma revolução moral, empenhada em conscientizar os indivíduos para a mudança e converter cada um no seu íntimo.

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