Rumos Itaú Cultural, um dos mais importantes editais de incentivo artístico do Brasil, começa a receber as inscrições por meio do site rumositaucultural.org.br . Não é necessário entregar o projeto completamente finalizado ou formatado – basta ter um conceito, uma proposta do que queira fazer, e detalhar itens como produção, viabilidade técnica e orçamento. É permitido anexar qualquer material de apoio, como vídeos, textos, imagens e arquivos de áudio. O prazo termina em 3 de novembro e o resultado final será divulgado em 28 de maio de 2018. O orçamento total previsto é de R$ 15 milhões, valor que se mantém nos últimos anos. No último ciclo, o Rumos Itaú selecionou 117 projetos em todo o Brasil (no total, foram mais de 12 mil inscritos). O Rumos não delimita a área específica do projeto (como música, cinema, teatro ou dança, por exemplo). A intenção é que o proponente paute o instituto a partir de suas ideias – basta que o autor inscreva sua proposta em uma das três linhas de conhecimento estabelecidas pelo edital (criação e desenvolvimento; documentação; e pesquisa). Isso permite total liberdade na construção do projeto. Também não existe teto orçamentário. “Percebemos que, quando havia limite máximo, alguns proponentes tentavam reduzir seu projeto para caber nele. Isso tira liberdade criativa e prejudica o artista”, explicou ontem, na capital paulista, o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron. Do Rio Grande do Sul, há iniciativas recentes na área cultural que se tornaram possíveis graças ao financiamento do Rumos. A Fundação Vera Chaves Barcellos (FVCB) lançou, em agosto, duas publicações (uma sobre a obra do artista Claudio Goulart e outra a respeito da história da fundação) como parte do projeto Revelando Acervos, aprovado pelo Rumos. Outros exemplos são a peça Caliban, da Terreira da Tribo, que circulou nacionalmente neste ano e, ainda, o elogiado filme Rifle, de Davi Pretto, premiado em diversos festivais e visto recentemente nos cinemas. Muito mais que o valor financeiro destinado aos projetos, Saron explica que o Rumos é um programa de incentivo que cumpre uma função importante de política cultural – algo que o poder público, no Brasil, não mantém e nem faz questão de incentivar. “A demonstração disso é a fragilidade atual da Fundação Nacional das Artes (Funarte). Criada em 1976, vive um dos seus momentos mais dramáticos, sem recursos e com seus colaboradores indo embora”, lamenta ele.
Faça um comentário